Por Ulisses Pompeu – de Marabá
A educação municipal de Marabá deu mais um salto no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) criado pelo governo federal para avaliar o ensino fundamental. O município ultrapassou as metas estabelecidas para 2011 e no índice divulgado esta semana, está com IDEB 4.4 nos anos iniciais e 3.8 nos anos finais. A projeção do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) era que o município alcance em 2011 a nota 3,5 nas inicias e 3,6 nas finais. A reportagem teve acesso às notas de todas as escolas, sendo que a grande maioria subiu no ranking do IDEB e algumas poucas tiveram uma ligeira queda.
Pela primeira vez, sete escolas municipais alcançaram notas acima de 5,0, todas nas séries iniciais. São elas Duque de Caxias (5,5); José Mendonça Vergolino (5,4); Elinda Costa (5,1); Ida Valmont (5,1); Maria Amélia Soares (5,0); Pedro Cavalcante (5,0); e Salomé Carvalho (5,0).
O secretário municipal de Educação, Nells Rodrigues, avalia o resultado do IDEB 2011 como “satisfatório”, porque conseguiu superar as metas projetadas. Ele relembra que o município fortaleceu o ensino nas escolas, ao investir na formação permanente dos professores, melhoria da estrutura física de dezenas de estabelecimentos de ensino, entre outras ações. “Não é um esforço apenas da Prefeitura, da Secretaria, mas de nossos professores, diretores, coordenadores, orientadores pedagógicos e outros profissionais que atuam nas escolas e colaboram de forma direta para a melhoria do ensino.
Nells explica ainda que as escolas da zona rural participaram pela primeira vez do IDEB e não ficaram em colocação ruim, como algumas pessoas poderiam imaginar. Ele cita, por exemplo, a escola Adelaide Molinari, da vila Sororó, que atingiu nota superior a de várias escolas da zona urbana, com 3,9. “Ainda temos muito a avançar e precisamos trabalhar para isso, porque nossa meta é sempre superar o projetado”, explica.
Em relação aos anos finais, Nells observa que em Marabá, assim como em todo o País, o crescimento foi pequeno. Segundo ele, o aumento de um ano da vida estudantil dos alunos passou por adaptações grandes e isso precisa ser levado em consideração. Todavia, ele prevê que o crescimento razoável dos anos iniciais aponta para melhoria também dos alunos dos anos finais em um futuro próximo, porque os primeiros vão migrar para os anos finais.
Para Nells, a diminuição das notas do Estado, como um todo, tem a ver com falta de aulas, com greves, o que não aconteceu no município nos últimos dois anos. “Não importa quem seja o prefeito, precisamos lutar para melhorar o IDEB sempre”, concluiu.
Estado é o 17º
Já o Estado do Pará teve no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) nota 4,2 para os anos iniciais do ensino fundamental. Esse índice está bem abaixo do que as melhores escolas do Estado alcançaram. A “campeã”, que fica na cidade de Uruará (a cerca de 1000 km de Belém), teve nota 6,5.
Já para os anos finais do ensino fundamental, a nota do Estado foi menor (3,7), assim como os índices das escolas que melhor se saíram no Ideb. Para o cálculo da nota, leva-se em conta a taxa de aprovação e o desempenho dos alunos na Prova Brasil, que compreende testes de português e matemática.
A nota do ensino médio em nove Estados diminuiu de 2009 para 2011. São eles: Acre, Maranhão, Espírito Santo, Pará, Alagoas, Paraná, Paraíba, Bahia e Rio Grande do Sul.
Entenda o Ideb
O Ideb foi criado pelo Inep em 2007, em uma escala de zero a dez. Sintetiza dois conceitos igualmente importantes para a qualidade da educação: aprovação e média de desempenho dos estudantes em língua portuguesa e matemática. O indicador é calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar, e médias de desempenho nas avaliações do Inep, o Saeb e a Prova Brasil.
A série histórica de resultados do Ideb se inicia em 2005, a partir de onde foram estabelecidas metas bienais de qualidade a serem atingidas não apenas pelo País, mas também por escolas, municípios e unidades da Federação. A lógica é a de que cada instância evolua de forma a contribuir, em conjunto, para que o Brasil atinja o patamar educacional da média dos países da OCDE. Em termos numéricos, isso significa progredir da média nacional 3,8, registrada em 2005 na primeira fase do ensino fundamental, para um Ideb igual a 6,0 em 2022, ano do bicentenário da Independência.