Cidades de São Paulo e Paraná ocupam as primeiras posições, enquanto cidades do Rio de Janeiro e de estados das regiões Norte e Nordeste estão entre as últimas. Estudo do Instituto Trata Brasil avalia os indicadores de saneamento básico dos 100 maiores municípios do Brasil.
De um lado, cidades em que quase todos os moradores têm acesso a água potável e coleta de esgoto, além de baixo desperdício e altos níveis de investimento em obras de saneamento. Do outro, municípios em que metade da água tratada é perdida por conta de tubulações antigas e “gatos” e em que apenas três a cada dez moradores têm acesso a coleta de esgoto.
Essa desigualdade sanitária e social é um dos destaques de um estudo do Instituto Trata Brasil com a GO Associados, divulgado nesta segunda-feira (20). Marabá entrou no ranking este ano e já amarga a segunda pior colocação, atrás apenas de Macapá. O sistema de esgotamento sanitário capta só 0,73% dos resíduos produzidos, bem abaixo das cidades medianas do País.
O documento analisa os indicadores de saneamento das 100 maiores cidades do país, que concentram aproximadamente 40% da população brasileira, e faz um ranking com base nos serviços oferecidos e em indicadores de eficiência.
O mesmo documento considera os dados mais recentes do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), referentes ao ano de 2021.
A comparação das melhores e das piores cidades deixa clara a desigualdade citada no início desta reportagem. Veja alguns destaques:
Acesso a água potável: Enquanto 99,7% da população das 20 melhores cidades têm acesso às redes de água potável, nos 20 piores municípios, o número é de 79,6% da população.
Acesso a coleta de esgoto: 97,7% da população nos 20 melhores municípios têm acesso aos serviços, enquanto somente 29,2% da população nos 20 piores municípios são atendidos.
Tratamento de esgoto: Enquanto o primeiro grupo tem, em média, 80,1% de cobertura de tratamento de esgoto, o grupo dos piores trata apenas 18,2% do esgoto produzido.
Perdas na distribuição: Entre as melhores cidades, 29,9% da água produzida é desperdiçada na distribuição por conta de tubulações antigas e “gatos”. Já entre as piores, o indicador chega a 51,3%.
Luana Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, destaca ainda um outro indicador que está por trás de todas estas diferenças de serviços oferecidos para a população: o investimento médio por habitante em obras e serviços de saneamento.
As 20 melhores cidades investiram, em média, R$ 166,52 por habitante em serviços de saneamento. Já as 20 piores investiram apenas R$ 55,46 – bem abaixo, inclusive, da média de investimento nacional, que foi de R$ 82 por habitante em 2021.
“Esses bons municípios investem continuamente e fazem muitas obras. Com isso, os indicadores de acesso a água e esgoto acompanham o crescimento da população ou mesmo até avançam em uma velocidade maior, fazendo com que os indicadores melhorem a cada ano”, diz, Luana. (FONTE: Com informações do G1)
Legenda:
Esgoto 1 – Esgoto sendo despejado diretamente no Rio Tocantins, em Marabá. Essa é a realidade em vários pontos da cidade
Estação de Tratamento esgoto – Marabá até tem Estação de Tratamento de Esgoto, mas domicílios estão interligados a ela
Veja abaixo as melhores e as piores cidades:
As 20 melhores cidades
1. São José do Rio Preto (SP)
2. Santos (SP)
3. Uberlândia (MG)
4. Niterói (RJ)
5. Limeira (SP)
6. Piracicaba (SP)
7. São Paulo (SP)
8. São José dos Pinhais (PR)
9. Franca (SP)
10. Cascavel (PR)
11. Ponta Grossa (PR)
12. Sorocaba (SP)
13. Suzano (SP)
14. Maringá (PR)
15. Curitiba (PR)
16. Palmas (TO)
17. Campina Grande (PB)
18. Vitória da Conquista (BA)
19. Londrina (PR)
20. Brasília (DF)
As 20 piores cidades:
1. Macapá (AP)
2. Marabá (PA)
3. Porto Velho (RO)
4. Santarém (PA)
5. São Gonçalo (RJ)
6. Belém (PA)
7. Rio Branco (AC)
8. Maceió (AL)
9. Várzea Grande (MT)
10. Ananindeua (PA)
11. Duque de Caxias (RJ)
12. São João de Meriti (RJ)
13. Gravataí (RS)
14. Jaboatão dos Guararapes (PE)
15. São Luís (MA)
16. Belford Roxo (RJ)
17. Pelotas (RS)
18. Manaus (AM)
19. Cariacica (ES)
20. Caucaia (CE)
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Lamentável