Os caminhoneiros em greve que bloqueiam as duas rodovias federais de acesso a Marabá, a BR-155 e a BR-230 (Transamazônica), passam a liberar a partir da noite desta segunda-feira (28), pelo menos 300 mil litros de combustível, por dia, para a cidade e microrregião, a fim de atender aos órgãos públicos e à população. Essa liberação foi resultado de negociação entre o Comitê de Gestão de Crise, criado pela manhã e formado por representantes da sociedade civil organizada e os profissionais, que hoje entraram no oitavo dia de greve.
Diante de cenário que Marabá vem vivenciando, nos últimos dias, com crescente desabastecimento, com os tanques dos postos de combustíveis vazios, comprometendo o funcionamento de setores essenciais como abastecimento de alimentos, saúde, transporte público, educação, limpeza pública e segurança pública, o gabinete teve sua primeira reunião pela manhã, quando ficou acertado que os caminhoneiros seriam chamados para um entendimento.
À tarde, em reunião no Centro de Convenções, a primeira proposta do Gabinete de Gestão de Crise foi para que o movimento fosse encerrado, já que todas as reivindicações da categoria foram atendidas pelo governo federal. Essa proposição, por várias alegações dos caminhoneiros, não foi aceita. O Gabinete, então, fez uma segunda proposta, que fossem liberados caminhões cuja carga totalizasse, pelo menos, 300 mil litros de combustíveis, pata atender as principais necessidades dos órgãos públicos que mantêm serviços essenciais e à população em geral nas suas necessidades mínimas de deslocamento.
Após várias rodadas de debates, com a participação de cada um dos representantes dos setores que formam o Gabinete de Gestão de Crise, um dos caminhoneiros, que fez o papel de porta-voz dos
companheiros, Ricardo Marineli, voltou ao ponto de bloqueio para reunião com os demais manifestantes a fim de ouvi-los sobre se concordavam ou não com o atendimento da reivindicação da sociedade de Marabá e da região. Cerca de uma hora depois, os manifestantes, numa terceira reunião, decidiram por atender á segunda proposta.
O presidente da Câmara Setorial dos Combustíveis de Marabá, Rogério Lustosa, disse esperar que no máximo em três dias a greve seja suspensa, por isso, recomenda que não haja uma corrida desenfreada aos postos, nem tumulto nas bombas. Segundo ele, o volume liberado representa 20% do consumo diário.
Formam o Gabinete de Gerenciamento de crise representantes dos seguintes órgãos: Centro Regional de Governo, Corpo de Bombeiros, Prefeitura Municipal, Associação Comercial e Industrial, Ministério Público Estadual, Polícia Militar, Polícia Civil, Secretaria Municipal de Segurança Institucional, Polícia Rodoviária Federal, Câmara Setorial dos Postos e Distribuidores de Combustíveis, Exército e Sindicato Patronal do Comércio de Marabá.
Fonte: Ascom Acim