Na sessão da Câmara Municipal de Marabá (CMM), desta quarta-feira (20), dois graves assuntos foram levados à tribuna: o sucateamento do campus local da Universidade Estadual do Pará, com ameaça do fechamento curso de Medicina; e a demora no agendamento de exames no Detran local, com testes de trânsito marcados, pelo órgão central, em Belém, para o final de 2022.
O vereador Ivanildo Bandeira Athiê (PSD) – Ray Athiê – protestou contra a demora no agendamento do exame de trânsito, realizado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran), para candidatos que reivindicam a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) categoria B. Esse exame, segundo ele, está sendo agendado para novembro ou dezembro de 2022.
“Isso é absurdo, porque você vai na área de exame e tem 15 pessoas fazendo [a prova] e quatro examinadores”, disse Ray, explicando que por volta das 11h os exames já encerraram e os examinadores ficam ociosos, enquanto há candidatos agendados para daqui a um ano e dois meses.
“Então, tem alguma coisa errada e tem de ser consertada. Quem está pagando isso é a sociedade”, verberou.
Ray afirmou que a sociedade está sendo penalizada por algo burocrático que não é culpa da diretora do Detran [em Marabá, Rosileude Pereira da Silva]: “Ela é uma pessoa ótima e está fazendo um ótimo trabalho”, defendeu Athiê, lembrando que, pelo fato de que tudo o que se refere a Marabá é agendado por Belém, sem se conhecer a realidade local, é que a população da região clama pelo Estado de Carajás.
Em aparte, o vereador Aerton Lima da Cruz (Solidariedade) – Aerton Grande – alertou para o fato de que, quando o candidato é reprovado em exame, além de ter de pagar nova taxa, tem seu exame agendado para daqui a dois anos: “Entendeu a gravidade da situação? Ou seja, ele vai ficar quatro anos esperando. Realmente é um absurdo”.
Curso de Medicina em risco
Ao assumir a tribuna, o vereador Miguel Gomes Filho (PDT) – Miguelito – fez uma comunicação, no mínimo, alarmante. Disse que o único curso de Medicina gratuito em Marabá, oferecido pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), “está fechando as portas”, por falta de professores.
O vereador informou que hoje a Uepa precisa de 35 professores, mas promoveu concurso para cinco apenas. “Os cinco passaram, mas não chamaram. E isso já aconteceu anteriormente. Venceu a validade do concurso, em julho [passado]. Agora, fizeram o concurso [novamente] para cinco, quando precisavam de 35, e até agora não chamaram”, lamentou Miguelito.
“Não tem aula, tem aluno que está no quarto ano, mas até hoje nunca foi num posto de saúde porque não tem o [integrante do] Geisc (Grupo de Estudos Interdisciplinares em Saúde Coletiva), aquele professor que fica no posto de saúde dando aula para os alunos lá no posto. Os caras não têm aula de anatomia, porque o professor não existe, os caras nunca ouviram falar em neurologia porque não tem professor”, indignou-se o vereador.
Em apartes, o vereador Ilker Moraes Ferreira, que é do MDB, mesmo partido do governador Helder Barbalho, disse que levará o os dois assuntos – Detran e Uepa – ao governo e afirmou que talvez o governante estadual nem esteja informado acerca da grave situação da universidade em Marabá.
Por Eleuterio Gomes – de Marabá