Marabá: Em 15 anos, Estação Conhecimento apoia o protagonismo de mais de 1,6 mil famílias

Atuando em rede com o município, espaço oferece atividades gratuitas para moradores do núcleo São Félix e arredores

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No coração do núcleo São Félix, em Marabá, a Estação Conhecimento celebra o seu debut este mês. Em 15 anos de atuação, a instituição já ajudou mais de 1,6 mil famílias a encontrarem novos caminhos em meio à vulnerabilidade socioeconômica. Com mais de 7 mil atendimentos realizados, o espaço se destaca pela sua atuação integral alinhada às políticas públicas, oferecendo atividades nas áreas de educação, saúde, esporte, cultura e assistência social à comunidade, da criança ao idoso.

Maria de Lourdes Ferreira, de 54 anos, moradora do Residencial Vale do Tocantins, viu várias gerações de sua família se beneficiarem com os serviços da instituição. “Em dez anos, já realizei vários cursos e recebi atendimento médico e odontológico. Sempre tive ajuda da instituição com cestas básicas. Atualmente, tenho cinco netos ativos na Estação. Inclusive uma das minhas filhas, que antes participava das atividades, hoje trabalha como educadora social lá”, conta ela, com orgulho.

A filha a quem Maria de Lourdes se refere é Viviane, de 24 anos. Ela foi atendida pela Estação dos 14 aos 17 anos e, hoje, por meio da sua profissão, busca mostrar aos educandos o poder da educação transformadora. “Quando eu estava lá como atendida, era notável o amor da equipe para com as crianças. Então fui me apaixonando por aquele universo e, quando entendi que podia fazer aquilo profissionalmente, escolhi a Pedagogia, pensando em oferecer às outras pessoas o que recebi ali. É gratificante e incrível poder oferecer o que me foi ofertado quando eu era adolescente e também vivia em situação de vulnerabilidade”, descreve a educadora social.

A instituição, que é mantida pela Fundação Vale, com apoio da Vale e outros parceiros, também oferece atividades para mais de 80 idosos, entre eles Maria Amélia de Almeida, de 67 anos. A costureira começou a ser atendida no espaço há oito anos. Nessa época, ela tinha acabado de ficar viúva e lutava contra a depressão. Por conta disso, a idosa define a Estação Conhecimento como um lugar de recomeço. “Minha mãe me trouxe para cá, e hoje, mesmo depois que ela se foi, esse lugar é meu ponto de apoio para saúde física e mental. Este projeto é essencial para nós, idosos. O cuidado que recebemos aqui, da equipe e dos colegas, é muito bom”, celebra a idosa.

Para a dona de casa Susana Maria Costa, a Estação também foi fundamental para superar momentos difíceis. “Durante a gravidez, eu sofri um AVC [acidente vascular cerebral] e, depois, o meu filho mais novo nasceu com problemas de saúde. Eles ofereceram todo o acompanhamento que eu e minha família precisávamos. Quando descobrimos que o Arthur era autista, já tínhamos o apoio necessário. O desenvolvimento dele foi incrível, e a ajuda que tivemos aqui foi fundamental”, comemora Susana, que é atendida pela instituição desde o início das atividades.

Segundo a diretora Audileide Oliveira, a atuação da Estação Conhecimento Marabá na comunidade é resultado da parceria com órgãos públicos, instituições privadas e a própria comunidade. “Nossa atuação visa criar oportunidades reais de desenvolvimento para essas famílias, oferecendo ferramentas que as ajudem a superar suas vulnerabilidades e a exercer plenamente a sua cidadania”, explica a gestora.

Com pré-vestibular gratuito, moradores do São Félix realizam sonho de cursar o ensino superior

Atualmente, a Estação Conhecimento Marabá atende 639 famílias. Desse total, 395 são crianças e 663 são adolescentes. Entre os serviços ofertados à comunidade estão atividades esportivas, como atletismo, futebol, futevôlei e vôlei de areia, e atividades culturais, como teatro, dança, musicalização, jogos musicais e capoeira. Há, ainda, o curso pré-vestibular “Educa EC”, viabilizado por meio de uma parceria entre a Fundação Vale, a Vale e a empresa Posco. A iniciativa tem o objetivo de ajudar estudantes do município, especialmente de escolas públicas, a ingressarem no ensino superior. Em três anos de atividade, o pré-vestibular já contribuiu para a aprovação de 140 alunos em universidades públicas e privadas.

Um deles é Maria de Fátima Pereira Brito, aprovada no vestibular aos 69 anos. Em 2023, a marabaense frequentou o pré-vestibular da Estação Conhecimento três vezes por semana e, agora, é estudante de graduação em Serviço Social em uma faculdade particular. “Esse curso era o meu sonho. Eu quero ser assistente social para ajudar as pessoas, e agora estou aqui. Para você realizar um sonho, tem que ter meta. E eu, quando iniciei no cursinho da EC, sabia que era preciso focar. Foram nove meses sem ir para aniversário de amigos e outros passeios. Eu queria passar e, graças a Deus, contava com a ajuda de professores fantásticos”, relembra.

Empreendedorismo: cursos estimulam autonomia financeira da comunidade

Além de ofertar atividades de saúde, esporte, cultura e assistência social, a Estação Conhecimento também abre portas do mercado de trabalho. O espaço oferece cursos gratuitos de qualificação profissional à comunidade, como os de barbeiro e maquiagem que Vablícia de Lima Silva, de 34 anos, participou este ano. A capacitação ajudou a cabeleireira a ampliar os serviços que oferece em um salão de beleza no bairro.

“A Estação ajuda bastante oferecendo esses cursos e capacitando as pessoas para o mercado de trabalho, principalmente para mulheres com filhos e sem marido, que precisam sustentar a família, como eu. Dou graças a Deus pelo incentivo, porque são cursos caros que eu jamais teria condições de pagar. E o meu negócio cresce dia após dia”, conta.

Neste mês, durante as comemorações pelos 15 anos da instituição, a Estação Conhecimento inaugurou três novas salas equipadas e dedicadas a cursos profissionalizantes. Cada sala atenderá uma área específica do mercado de trabalho. Assim, uma sala será exclusiva para cursos de estética, como alongamento de cílios, design de sobrancelhas e depilação; outra será para formações em gastronomia, como doces e salgados, chapista e bolos confeitados; e uma será destinada a cursos industriais de mecânica, elétrica e manutenção.

Denominado “Estação Capacita” e desenvolvido em parceria com a empresa chinesa CXHI, o projeto possibilitará que mais pessoas da comunidade tenham acesso a oportunidades de desenvolvimento profissional. As formações contarão com o apoio de instituições de educação profissionalizante, como o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

Educação para a transformação social

Criada em 2009, a Estação Conhecimento Marabá foi concebida para promover vivências e práticas de educação, geração de trabalho e renda, esporte, cultura, convivência e cidadania, idealizadas pela Fundação Vale. Ao longo desses anos, a instituição se tornou um equipamento vinculado à proteção social e à educação transformadora, oferecendo atividades no contraturno escolar para crianças, jovens e famílias.

Além de Marabá, outras quatro cidades brasileiras contam com Estação Conhecimento. São elas: Tucumã (PA), Serra (ES), Brumadinho (MG) e Arari (MA). Mantidas pela Fundação Vale, com apoio da Vale e parceiros, essas instituições contribuem para o desenvolvimento social das comunidades atendidas.

Entre as atividades oferecidas estão aulas de música e dança e práticas esportivas como futebol e atletismo. Salas e acervos de leitura e audiovisual também estão disponíveis em todas as Estações e, no Pará e no Maranhão, é ofertado atendimento médico-odontológico graças à parceria com a Wheaton Precious Metals. Em 2023, as ECs realizaram mais de 10 mil atendimentos médico-odontológicos e tiveram 8.483 pessoas atendidas pelas mais de 150 atividades oferecidas.

Paulo Simas, gerente administrativo financeiro da Fundação Vale, celebra o impacto positivo dessas instituições nas comunidades onde estão presentes. “As Estações Conhecimento têm exercido um papel importante para a promoção dos direitos das famílias atendidas, por meio do diálogo com a sociedade e do fortalecimento das políticas públicas. Quando ofertam cursos de pré-vestibular e profissionalizantes, por exemplo, elas estão atuando para o desenvolvimento socioeconômico do território. É assim também com as atividades esportivas, que são inclusivas e buscam valorizar a organização, a cooperação, o respeito e o convívio social, comportamentos-chave para a transformação com base na tomada de consciência e na mudança de atitude”, conclui o gestor.

(Ascom Vale)

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