A sessão desta terça-feira, 4 de outubro, foi marcada pela avaliação do resultado da eleição do último domingo, 2, em que os mais de 125 mil eleitores que foram às urnas em Marabá escolheram seus candidatos a prefeito e vereador para o quadriênio 2017-2020. Dos atuais 21 vereadores, apenas seis conseguiram se manter no cargo para o novo período: Miguel Gomes Filho, o Miguelito, presidente; Pedro Correa, Beto Miranda, Irismar Araújo, Ilker Moraes e Alecio Stringari.
Primeiro a usar a tribuna, o vereador Edivaldo Santos parabenizou todos os eleitos e disse que não vê ninguém como perdedor. Revelou que fez festa para comemorar a derrota, com auxílio até de pandeiro. “Meu nome ficou na história do Legislativo desta cidade”.
Leodato Marques, também sorrindo, usou a tribuna para parabenizar os eleitos. Agradeceu os mais de 1.200 votos que recebeu, embora não tenha sido reeleito. Para ele, “o povo me reconduziu, mas foi o coeficiente eleitoral que me tirou. Estou entre os 21 mais bem voltados e poderia continuar. Minha história começa mais forte ainda”, desabafou.
Vanda Américo, que tem sete mandatos consecutivos na Câmara Municipal e não foi reeleita, Parabenizou todos os colegas que conseguiram a votação necessária para continuar no cargo. Disse que espera que Marabá seja melhor que os últimos oito anos. Agradeceu os votos que recebeu e reconheceu que o processo eleitoral é democrático e todos precisam aceitar isso. “Saio com o senso de dever cumprido. Não vou reclamar de nada, o que passou passou. Não perdi, Marabá foi quem ganhou”, destacou.
Por outro lado, a vereadora aguerrida lembrou que há ainda dois meses e meio de mandato e a cidade está jogada às traças, não há médico nos hospitais e a Humanitar, empresa que fazia a gestão da parte médica nos hospitais Municipal e Materno Infantil, abandonou as duas casas de saúde por não receber pagamento. “O município é quem está sendo penalizado. É natural que quem perdeu está triste, mas devemos cumprir esse mandato até 31 de dezembro”, conclamou.
Mais contundente, Vanda alertou os colegas que a Câmara não pode ficar alheia à situação do município, que está mergulhado em dívidas. “Todos os repasses federativos estão vindo e estão fazendo o quê? Não justifica a situação de calamidade que está se abatendo sobre Marabá. Vamos continuar cobrando, porque esse é o papel deste Poder”.
O vereador Ronaldo Yara, que também não foi reeleito, analisou que o processo político e democrático deve ser respeitado. Denunciou que alguns dos novos vereadores estavam comprando voto por pacote: R$ 300,00 por família (mas não deu nomes aos bois).
Yara elogiou a colega Vanda Américo e disse que nunca mais Marabá terá um vereador com sete mandatos consecutivos.
Eleita para o terceiro mandato consecutivo, Irismar Melo disse que a campanha foi dura e que lutou muito para o melhor de Marabá nos últimos anos. Fez um desabafo, disse que foi perseguida durante os últimos quatro anos e atribuiu sua reeleição no último domingo a Deus e às 999 pessoas que depositaram confiança nela.
Visivelmente abatido por não ter sido reeleito, Coronel Antônio Araújo, com mais de 1.800 votos, disse que foi o décimo vereador mais bem votado do município e lamentou que mesmo assim tenha sido ficado de fora da lista dos eleitos. Agradeceu as pessoas que confiaram nele e lamentou o alto índice de abstenção e votos nulos e brancos, que atingiram 25% em Marabá, o que, segundo ele, mostra a descrença da população na classe política.
Alécio Stringari lamentou que a campanha eleitoral este ano tenha sido marcada por difamações e ilações nas redes sociais e reconheceu que o novo prefeito terá uma tarefa árdua e que comemorou que a zona rural tenha eleito quatro representantes.
Pedro Correa, reeleito, agradeceu os eleitores e a sua equipe que trabalhou com afinco na campanha. Mandou recado para os que venceram a eleição: “Precisaremos de algumas coisas nesta Casa, como TV Câmara. Quantas ações não fizemos nesta Casa e não apareceram, não tivemos visibilidade? Precisamos criar um informativo mensal para que todos possam distribuir para aqueles que colocam em xeque seu trabalho. Precisaremos fortalecer o site, porque a maioria das pessoas não tem tempo para estar na Câmara no dia de sessão”, disse.
Correa concordou com Vanda Américo de que p mandato não terminou, e que todos devem trabalhar, independente dos que se reelegeram ou não. “Temos de convidar o gestor a vir prestar contas para que tenhamos conhecimento das condições financeiras do município. “Ele não pode ter medo desta Casa. Nós temos um papel e ele outro”.
Ilker Moraes, outro reeleito, concordou com o colega Pedro Correa e disse que o Legislativo precisa se preocupar com a visão que a sociedade tem do Parlamento marabaense. “Na nova sessão legislativa, a gente precisa refletir até mesmo sobre o horário das sessões, para que haja maior participação popular.
2 comentários em “Marabá: em sessão desabafo, vereadores avaliam eleição que levou à renovação de 71% na Câmara”
Sou contra todos os seguimentos relacionados a reeleição, mas infelizmente existem pessoas, que no único momento de escolher os seus representantes, optam pela a permanência de determinados vereadores, sem renovação expressivas nos parlamentos, vamos continuar os velhos a conchavos políticos. sem nenhum comprometimento com o povo.
Na verdade era pra ter saído todos!