Enquanto em algumas regiões do estado do Pará, produtores de açaí sofrem com casos da Doença de Chagas relacionados à produção e ao consumo do fruto, em Marabá a realidade é bem diferente. O município não registra um caso sequer da doença há pelo menos cinco anos.
A afirmação é da Divisão de Vigilância Sanitária (Divisa). Ligado à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o órgão realiza um seminário sobre as boas práticas na cadeia produtiva do açaí no próximo dia 31 de outubro. O evento durará o dia inteiro no auditório da SMS, e tem como objetivo manter a segurança para o consumidor final.
“Isso demonstra a qualidade do produto que é gerado, comprometimento do empresário que trabalha com isso, assim como o manufaturador do açaí,” observa o fiscal sanitário da Divisa, Sílvio Ferreira, do alto de três décadas de experiência.
Patrícia Vitória, também fiscal da Divisa, explica que as boas práticas da cadeia produtiva do açaí envolvem o cuidado com o fruto e com o transporte, assim como a higienização do processamento, até chegar no produto final.
Até o momento, 50 processadores de açaí estão cadastrados na Divisão de Vigilância Sanitária, mas a expectativa é de um público maior no seminário, uma vez que o número de pequenos e médios produtores que mantêm a fruta em suas terras é grande.
O seu cultivo já é a maior fonte de renda da comunidade agrícola de Vila Sororó, localizada no km 35 da BR-155, entre Marabá e Eldorado do Carajás.
Barbeiro
A Doença de Chagas é transmitida por um inseto conhecido como “barbeiro”, que pode ficar junto com os frutos do açaí caso o processo de higienização não seja feito corretamente. No entanto, a doença é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, que infecta o inseto – por isso, caso pedaços dele entrem em contato com a polpa do açaí, podem transmiti-la.