Na manhã de hoje (15) os parentes de Isabel Cristina Souza, que morreu no Hospital Regional Público do Sudeste, em Marabá, após dar à luz no dia 18 de outubro, fizeram protesto em frente à sede do Ministério Público, exigindo que o caso não caia no esquecimento. Com cartazes, carro de som e palavras de ordem, os familiares de Isabel denunciaram que o prontuário médico da paciente contém lacunas e distorções que indicam que ela possivelmente foi vítima de negligência médica.
E não é só isso, Zacarias Costa, irmão da vítima, relata um verdadeiro catálogo de erros. “A família, ao ler o prontuário médico, conseguiu ver indício de diversos crimes. A Isabel não teve o direito de UTI, que é assegurado; ela não teve direito de acompanhante após o parto e ela provavelmente sangrou por mais de 15 horas no hospital e estamos aqui hoje pro caso não cair no esquecimento”, denuncia.
Zacarias também denuncia que a família não está tendo acesso aos procedimentos que estão sendo tomados pelo Hospital. “A família não está tendo acesso nenhum à sindicância que está sendo feita no Hospital Regional. Além disso, o prontuário médico que a família recebeu está faltando folhas. Será que o hospital tem alguma coisa a esconder?”, questiona.
Constituída para acompanhar o caso em nome da família, a advogada Roberta Celestino diz que a sociedade precisa se mobilizar para que não apenas este caso, mas todos aqueles que tiverem indícios de negligência sejam devidamente investigados. “A gente não está aqui brigando apenas pela Isabel, porque a gente não pode mais fazer nada por ela. A gente brigando para que não aconteça com outras pacientes”, argumenta.
Por outro lado, o produtor rural Valdimar Machado, viúvo de Isabel Cristina, apela para que as autoridades tenham coração. “Isso aqui não é uma peça, ser humano é ser humano, está falando para as autoridades que tenham coração, pedimos que cuidem desse caso”.
O delegado responsável pelo caso explicou que sugeriu ao Ministério Público que primeiro recomende uma sindicância interna no hospital, pois ele não viu, inicialmente, indícios de negligência. Somente depois dessa sindicância – e dependendo do resultado -, ele decidirá pela abertura ou não de um inquérito policial.
Por outro lado, o Hospital Regional enviou uma nota explicando que abriu uma sindicância interna para apurar o caso e tem prestado os esclarecimentos para as autoridades que investigam o óbito.
Procurada, a promotora responsável pelo caso não atendeu ás chamadas telefônicas e também não respondeu as mensagens.