Mesmo que a inflação de maio tenha desacelerado em relação ao mês de abril, ficando em 0,47%, ainda assim acumulou no ano de 2022 uma alta de 4,78%. Nesse período, alguns produtos subiram de preço, tendo como destaque o leite (e seus derivados), cujo valor continua em alta. Em maio, a variação foi de 25,66%, ficando bem acima do preço registrado em abril.
Os dados dizem respeito ao preço praticado em Marabá e municípios vizinhos, com base no levantamento feito pelo Laboratório de Inflação e Custo de Vida (LAINC), da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).
Entre as causas para esse aumento no setor de laticínios, apontam-se, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as pastagens mais secas e a inflação no preço das commodities usadas para a ração. Isso tem gerado, não apenas em Marabá, “um péssimo desempenho na produção que resultou numa elevação de preços no país todo”.
Os professores e bolsistas da Unifesspa, que produzem o boletim do LAINC, se ancoram também nos dados da pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), segundo a qual, a produção pecuária leiteira registrou uma alta em 0,76%, o que elevou os custos para trabalhar na produção do leite. “Desse modo, tomando como comparativos os meses anteriores, a elevação do custo de produção desencadeou o encarecimento do preço final desse item,” conclui o LAINC.
Impacto na Cesta Básica
Diante desse fenômeno, em maio de 2022, o conjunto da Cesta Básica que envolve grupos de alimentos mostrou uma inflação de “4,06%”, contribuindo negativamente com “1,83” pontos percentuais e passando do valor da Cesta Básica de R$ 726,90, em abril, para R$ 776,42 em maio. Apenas os alimentos correspondem a 45,15% do salário mínimo e 46,82% do rendimento líquido detido pelas famílias.
Hortifruti também registra aumento
No grupo hortifruti e granjeiro, com exceção dos itens batata (inglesa) e tomate, todos sofreram aumento nos seus preços. Até mesmo os que estavam estáveis no mês passado tiveram um aumento significativo.
De acordo com o levantamento da Unifesspa, houve durante o mês de maio uma alta no preço dos produtos que pode ser justificada pela “baixa sazonal de maior oferta no mercado e pela colheita da segunda safra que se intensifica nesse mês”.
Após apresentar uma pequena queda, o preço da cebola voltou a aumentar e teve uma alta de mais de 7,46% em relação ao início do mês. Um dos motivos dessa alta é o que os efeitos da pandemia da Covid-19 tiveram reflexos no custo do frete marítimo e na taxa de câmbio.