Por Eleutério Gomes – de Marabá
Não vai mesmo ter UPA em Marabá. Conforme a Resolução 018/2017, publicada hoje no Diário Oficial dos Municípios, o Conselho Municipal de Saúde de Marabá (CMSM), em reunião no último dia 13, colocou a pá de cal no assunto, autorizando a Prefeitura de Marabá a devolver o recurso federal de R$1.950.000,00 empregados na construção do prédio daquela que seria a Unidade de Pronto Atendimento da Cidade Nova, entregue no final do governo passado.
Ou seja, o CMSM apenas referendou a decisão que já havia sido tomada pelo prefeito Sebastião Miranda Filho (PTB) – Tião Miranda -, que justifica a devolução ao explicar, exaustivamente, em várias entrevistas a veículos de Comunicação locais e em redes sociais, que o município não tem condições financeiras de arcar com manutenção da UPA nem dinheiro para equipá-la.
Segundo o secretário municipal de Saúde, Marcone Leite, para equipar a Unidade seriam necessários cerca de R$2.500.000,00 e a manutenção mensal ficaria na casa de R$1.800.000,00. Nem mesmo com a ajuda prometida pelo Ministério da Saúde, recentemente, de R$ 650 mil mensais, seria possível cobrir a diferença.
Em recente entrevista ao site do Grupo Correio de Comunicação, Tião Miranda lembrou que o País atravessa por uma profunda crise política e o futuro, nesse caso, é incerto. Argumentou que, na hipótese de aceitar a ajuda, do MS e, de repente, houvesse troca de governo ou até mesmo de ministro, tudo voltaria à estaca zero e a UPA não teria mais como funcionar.
Um grupo de vereadores de políticos da esfera federal ainda tentou achar saídas para contornar os problemas financeiros e colocar a UPA para funcionar, mas, tudo indica que esse esforços foram inúteis.
Condicionantes
Ao aprovar a devolução do dinheiro, entretanto, o Conselho Municipal de Saúde estabeleceu as seguintes condicionantes:
1) Funcionamento de 01 (uma) Unidades Básicas nos 03 (três) Núcleos: Morada Nova, Nova Marabá e Cidade Nova, de segunda-feira a sexta-feira, das 19 às 24 horas, com prazo de início de 60(sessenta dias);
2) Transporte Sanitário para pacientes em tratamento de hemodiálise;
3) Informatização do serviço;
4) Ampliação da Estratégia de Saúde da Família;
5) Uso do Prédio de UPA para outros Programas de Saúde;
6) Uso do Prédio para implantação do Plano de Ação de Oncologia (este já anunciado pela Secretaria de Saúde); e
7) Implantação de Programa de Humanização aos funcionários púbico da Secretaria de Saúde.