Na última sexta-feira, 9, membros de um grupo de invasores teriam retornado à fazenda Mutamba, a 30 km da sede de Marabá, e promovido nova baderna, matando gado e trocando tiros com seguranças que trabalham na propriedade, a qual tinha sido alvo de invasões pelo menos quatro vezes apenas no ano passado, quando a sede foi saqueada e queimada, juntamente com veículos. As informações são do proprietário da Mutamba, Mauro Mutran.
A reportagem do blog entrou em contato com o delegado Marcelo Delgado, superintendente de Polícia Civil do Sudeste, o qual informou que, segundo Mutran, estaria ocorrendo uma movimentação na propriedade no final de semana, tendo sido inclusive registrado um Boletim de Ocorrência por volta de 11 horas de domingo, dia 12. Nele, o segurança da fazenda, Antônio Borcem do Espírito Santo, narra que na manhã de domingo, por volta de 9 horas, foi informado que estaria havendo um fluxo muito grande de veículos na Vicinal que dá acesso à Mutamba. Disse ainda que uma equipe da segurança foi até o local e identificou uma Hillux preta que estaria sendo dirigida por um homem conhecido como Wladney, apelidado de Careca. Esse cidadão, de acordo com a denúncia, seria conhecido por organizar invasões à referida fazenda, anda armado e é perigoso.
Porém, segundo o superintendente de Polícia Civil, em visita à fazenda, os fatos narrados pelo segurança não foram confirmados pela Deca (Delegacia de Conflitos Agrários) e nem pela equipe da Polícia Militar, que estiveram no local na segunda-feira.
Em nota, o coronel Mauro Sérgio, comandante do CPR II, informou que por determinação do chefe do Estado Maior, coronel Leão Braga, ele deslocou-se com as guarnições de serviço Tático 1 e Tático 2 para a Fazenda Mutamba, a fim de averiguar a denúncia feita através de um áudio de um dos proprietários, Mauro Mutran, dando conta que todos os funcionários da referida fazenda estariam cercados por vários posseiros fortemente armados, que as estradas estariam com barricadas impedindo a entrada e saída da fazenda e que a equipe de segurança já estava sem munição.
“Porém, ao chegarmos ao local, pude constatar que não existia nenhuma barricada nas estradas e que também a sede da fazenda não estava cercada, encontraram-se apenas os funcionários da fazenda, os quais relataram através do senhor Paixão, encarregado de segurança da empresa ELMU, uma situação totalmente diferente da denúncia. “Determinei ao GRAESP que fizesse um sobrevoou de reconhecimento a fim de garantir uma incursão segura para as guarnições PM”, informou o coronel Mauro Sérgio.
A Reportagem do blog também entrou em contato, via mensagem de celular, com Mauro Mutran, o qual reafirmou que os invasores teriam, sim, retornado à fazenda e provocado danos à propriedade.