Marabá realiza hoje Conferência Livre de Meio Ambiente

Evento será realizado na Unifesspa, reunindo ambientalistas e interessados no tema para discutir mudança climática
A cidade de Marabá é pouco arborizada e a Conferência desta quinta-feira discute essa temática

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Com o objetivo de debater propostas de como enfrentar a emergência climática para subsidiar a implementação da política nacional sobre mudança do clima, Marabá vai sediar a primeira edição da Conferência Livre de Meio Ambiente. O evento acontece nesta quinta-feira (23), a partir das 13h30, no Campus I da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), na Folha 28, Nova Marabá.

Para a organização, é importante envolver a sociedade civil, trabalhadores, movimentos sociais, estudantes e gestores públicos, para que juntos possam construir e propor soluções coletivas e inclusivas. O evento é aberto ao público, mas aqueles que desejarem o certificado de participação, devem realizar a inscrição.

As discussões da conferência servirão como subsídio para a implementação de possíveis políticas públicas, demonstrando o compromisso de Marabá com a agenda global de combate às mudanças climáticas. Entre os eixos temáticos debatidos estão: mitigação, adaptação e preparação para desastres, justiça climática, transformação ecológica e governança e educação ambiental.

Durante a conferência, será eleito um delegado para compor a 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente, que acontece em maio, e terá como desafio principal a emergência climática e a transformação ecológica.

Entre as décadas de 60 e 90, o sudeste paraense passou pelas maiores intervenções humanas desde o início da ocupação da Amazônia. Dentre elas, destacam-se a inauguração da Rodovia Belém-Brasília (BR-010), em 1960; a criação da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), em 1966; a descoberta a província mineral de Carajás em 1967; a inauguração da Transamazônica (BR-230), em 1972; a criação do Programa Grande Carajás, em 1980; o auge de Serra Pelada, em 1983; a inauguração da Hidrelétrica de Tucuruí, em 1984; e a Estrada de Ferro Carajás, em 1985. 

Associados a esse processo, se consolidou uma nova fase voltada para a exploração dos recursos naturais, exploração mineral, madeira e agropecuária. Foi nesse período que a região sofreu mais, com uma grande devastação. 

Em consequência, até 1997, cerca de 70% das áreas de castanhais já haviam sido desmatadas no sudeste do Pará. A destruição se refletiu na queda de 94% na produção da castanha-do-pará na região, entre os anos de 1973 e 1997, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 

SAIBA MAIS

O ano de 2023 foi o mais quente da história, e o aumento da temperatura do planeta foi percebido de norte a sul do país na forma de ondas de calor, inundações e secas, eventos extremos cada vez mais intensos e frequentes, que são manifestações do aquecimento global. Temos pouco tempo para deter o agravamento da crise climática e garantir uma transição rápida e justa para um modelo de desenvolvimento de baixa emissão de gases de efeito estufa e resiliente às mudanças do clima.

A emergência climática e o desafio da transformação ecológica são os temas desta 5ª Conferência Nacional do Meio Ambiente. As rodadas de conversas em todo o país vão até maio de 2025, com um convite ao debate das melhores escolhas num momento tão desafiador da história, tanto para reduzir as emissões como para nos adaptarmos aos efeitos já visíveis do aquecimento global. Essas escolhas envolvem desde hábitos de consumo da população, com menor geração e melhor destinação de resíduos, até o destino das florestas e dos oceanos, que armazenam uma parcela dos gases causadores do efeito estufa e estão sob ameaça crescente. 

Recentemente, o estado do Rio Grande do Sul tem enfrentado eventos climáticos extremos, fenômeno diretamente ligado às consequências do aquecimento global. Análises meteorológicas indicam que a intensificação das tempestades severas e das inundações repentinas, que afetaram milhares de vidas e causaram danos significativos à infraestrutura regional, está associada ao aumento da variabilidade climática. Este evento sublinha a urgência de desenvolver estratégias mais robustas e baseadas em evidências científicas para a gestão de crises e a mitigação de desastres naturais, além de destacar a importância de investir em medidas adaptativas e preventivas em resposta às mudanças climáticas globais.

Cientistas já não têm dúvidas: o aumento da temperatura do planeta decorre da concentração crescente de gás carbônico e dos demais gases de efeito estufa na atmosfera desde meados do século 19. É, portanto, resultado da ação dos seres humanos. Mundialmente, a queima de combustíveis fósseis é responsável pela maior parcela desses gases. Aqui no Brasil, o principal responsável pelo aquecimento global é o desmatamento, seguido por emissões da agricultura e da pecuária, sobretudo pelo processo digestivo do gado, que lança metano na atmosfera, e dos fertilizantes nitrogenados. Em terceiro lugar, aparecem as emissões no setor de energia, pela queima de combustíveis fósseis nos transportes e na indústria.

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