Marabá recebe mostra itinerante da Bienal das Amazônias

Primeira parada do projeto, de 22 de junho a 17 de agosto, terá exposição e encontros com artistas
Foto: Nailana Thiely

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A Bienal das Amazônias vai chegar à cidade de Marabá, no sudeste do Pará. De 22 de junho a 17 de agosto, o Sesc Marabá inaugura a itinerância do projeto com um recorte expositivo da primeira edição, que ocorreu em Belém de agosto a novembro de 2023, com trabalhos de 123 artistas da Amazônia brasileira dos oito países da pan Amazônia e da Guiana Francesa.

O vernissage será no dia 21 de junho, às 19 horas, com a presença de artistas, autoridades, imprensa e influenciadores locais. A itinerância é patrocinada pelo Nubank e Shell, ambos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A primeira edição teve patrocínio do Instituto Cultural Vale também via Lei de Incentivo.

A presidente do Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA), Lívia Condurú, ressalta que Marabá é uma cidade emblemática. Por isso, afirma ela, abre a itinerância 2024. “Marabá é uma cidade de grande valor histórico e cultural para a Amazônia brasileira, porta de entrada para muitos migrantes de outras regiões do país, para além de ser terra escolhida por importantes artistas amazônidas para residirem e produzirem. Portanto, faz sentido para a Bienal das Amazônias iniciar sua itinerância pela Amazônia por Marabá”, diz.

A Bienal das Amazônias assumiu o protagonismo do cenário artístico/cultural das Amazônias no ano de 2023, destaca Vânia Leal, diretora de Projetos Especiais da Bienal. Para ela, a itinerância tem uma importância social: levar o acervo das Amazônias brasileira e internacional para os artistas e o público de diferentes regiões amazônicas. “Esse programa de mostras itinerantes vai ser realizado de forma consistente. Para nós, é muito significativo que a exposição viaje. A itinerância abre debates aproximados e atravessa territórios”, afirma.

Entre dificuldades e desafios, Vânia Leal ressaltou que a diretoria da Bienal não mediu esforços para compartilhar a exposição.

“Quando a gente pensou na itinerância, a gente sabia que ia enfrentar vias de deslocamento. Porque, de fato, se deslocar na Amazônia exige um esforço coletivo. Para Macapá, por exemplo, onde só se chega de barco e avião, as obras vão de avião. A dificuldade existe, mas é preciso comungar um evento de tamanha importância, compartilhar esse momento com os outros Estados da região Norte”, assinala.

Vânia aponta outra questão significativa: “O nosso partido curatorial, que é ‘Bubuia: águas como fonte de imaginações e desejos’, perpassa as águas como poética que nos inspirou. Em cada cidade, o texto da itinerância vai tomar partido dos rios locais. Em Marabá, a gente se depara com o Tocantins e o Itacaiunas, que formam um ipsilone no seio da cidade. Quem está no local vai se identificar com essas bubuias que vão navegar por esses lugares”.

Keyna Eleison, diretora de Conteúdo e Pesquisa, destaca a importância de levar a Bienal para uma cidade-polo do sudeste do Pará: “Estamos começando por Marabá este movimento de itinerar. A minha expectativa é de que haja uma boa recepção, que a gente consiga levar um pedacinho do que foi essa alegria de ter feito a Bienal das Amazônias em Belém. Que, por meio da itinerância, a Bienal das Amazônias faça ainda mais sentido. Estamos levando um recorte muito pensado, afetuoso, em relação a tudo o que pensamos e vivemos na Bienal em Belém”, diz.

PROGRAMAÇÃO

No dia 22 de junho, também no SESC Marabá, a primeira ação pedagógica da temporada reúne, em uma mesa-redonda, a curadora Vânia Leal e os artistas locais Marcone Moreira, Armando Queiroz e Jairon Gomes, das 9 às 12 horas. O tema será: “Tocantins e Itacaiúnas: encontro cósmico de rios”.

O coordenador pedagógico da Bienal, Emerson Caldas, explica que, durante a passagem por Marabá, mediadores vão receber o público visitante para apresentar os trabalhos sob a ótica da interatividade. Também será possível agendar visitação de grupos de escolas, ONGs e universidades.

Uma intensa programação vai movimentar os agentes culturais da cidade com rodas de conversas e palestras com pesquisadores e artistas. “A ideia é que, todo sábado, ocorram rodas de conversa e programações diversas para o público”, explica Emerson.

A inauguração do Centro Cultural Bienal das Amazônias (CCBA), em Belém, no dia 9 de maio, deu partida a uma nova etapa da Bienal, iniciada em 2023 com a realização da 1ª Bienal das Amazônias que teve como tema “Bubuia: Águas como Fonte de Imaginações e Desejos”.

Localizado no centro comercial da capital paraense, na rua Manoel Barata com a travessa Campos Sales, o CCBA abriu as portas para a comunidade com mostras, oficinas, wokshops, palestras e imersões que expressam a diversidade e o simbolismo da Pan-Amazônia e da Amazônia Legal.

A exposição itinerante consolida a proposta da Bienal das Amazônias de pensar a região com todas as suas complexidades e abraçar as comunidades, tendo como propósito a transformação social por meio da arte. Para Lívia Condurú, uma das funções da Bienal é aplicar uma pedagogia da experiência, com inclusão e acessibilidade, e levar a arte das Amazônias a diferentes ambientes e espaços da imensidão da floresta.

Alexandra Siqueira, gerente de Comunicação Externa da Shell Brasil comenta sobre o patrocínio master ao projeto: “Para Shell, apoiar uma iniciativa como essa significa reforçar nosso compromisso com a sociedade sobre a diversidade de culturas, o desenvolvimento humano e a geração de valores através da arte, em um contexto de projeto multidisciplinar e internacional onde a riqueza Amazônica, em todos os seus sentidos, é o foco principal”.

Além de Marabá, a Bienal itinerante vai até Manaus (AM), Macapá (AP), Boa Vista (RO) e São Luís (MA). O recorte é das curadoras Keyna Eleison e Vânia Leal. Em cada uma das cidades serão realizados site specifics inéditos, totalizando 18, sendo três em Manaus, três em Macapá, três em Marabá, dois em Canaã dos Carajás e sete em São Luís.

Nas itinerâncias, a Bienal oferece um programa educativo formativo para mediação dos espaços expositivos em todas as cidades que compõem a rota: 45 mesas-redondas e 70 workshops.

SERVIÇO

Itinerância da Bienal das Amazônias.

De 22 de junho a 17 de agosto.

Local: Sesc Marabá, Av. Transamazônica, 1925 – Centro – Marabá/Pará.

Horário de funcionamento da exposição: segunda a sexta, das 8 às 20 horas; e sábados e domingos, das 8 às 12 horas.

Mais informações no perfil do CCBA: @bienalamazonias

(Fonte: Jambo Comunicação)

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