O Rio Parauapebas apresenta trecho com cerca de 70% de conservação. Isso é o que aponta um levantamento feito pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), que realizou uma expedição, percorrendo 90 km do rio para mapear suas potencialidades e pontos críticos.
A equipe avaliou a qualidade da água, entre outras ações, durante a expedição “Conhecer para conservar”, realizada entre os dias 23 e 25 deste mês, com apoio do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. Segundo a Semma, o objetivo foi levantar informações para embasar o mapeamento e o planejamento de trabalhos do Programa de Conservação do Rio Parauapebas, desenvolvido pela Secretaria.
Durante a expedição, a equipe constatou que a parte de cima do rio, no trecho que passa por Parauapebas, está bem conservada. “Entre o local de captação de água que abastece o nosso município e o limite com Canaã dos Carajás encontramos águas cristalinas, animais silvestres e muita beleza natural. Nesse trecho, a conservação do rio chega a 70%”, diz o coordenador de fiscalização ambiental da Semma, Júnior Silveira, que participou da expedição.
Apesar desse ponto positivo, nesse mesmo trecho, os profissionais constataram alguns pontos que estão bem rasos. “Ainda não é possível dizer as causas. Precisamos fazer uma análise, inclusive dentro dos limites do município de Canaã dos Carajás. Aparentemente é trecho ilhado, ou seja, quando sedimentos são acumulados, formando ilhas naturais”, explicou Júnior, acrescentando que será feito contato com o município vizinho para prosseguimento da investigação sobre o assunto.
Dano ambiental: Durante a expedição, os profissionais encontraram pescadores praticando a pesca artesanal, atividade permitida, mas flagraram três pontos de extração de areia do tipo balsa/draga, um deles localizado na parte de cima do rio, e dois pontos de extração de ouro, todos bem abaixo e distantes do ponto de captação de água do sistema de abastecimento do município. A equipe também encontrou indícios de caça ilegal, com trilhas dentro da Floresta Nacional de Carajás, e um jacaré morto, possivelmente com tiro, além de trechos com desmatamento ilegal da mata ciliar e pontos de captação clandestina de água para irrigação de lavouras, sem a devida autorização ambiental.
No relatório feito pela expedição, apontou que “o ponto mais crítico encontrado foi próximo ao encontro do Parauapebas com o rio Novo, onde é visivelmente possível identificar a divisão de cores das águas, decorrente da garimpagem ilegal no local”. “É importante frisar que a Semma já protocolou vários ofícios informando sobre a situação para a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Ibama, Polícia Federal e Ministério Público Federal, tendo em vista que extrapola a competência da nossa secretaria”, afirma o coordenador de fiscalização ambiental de Parauapebas.
O relatório produzido aponta também que “o rio possui grande capacidade de sustentar a população da Capital do Minério, tanto para subsistência, como para ações culturais, sociais, econômicas e de ecoturismo, pois boa parte de sua extensão ainda está preservada”.
A partir dos dados levantados, a Semma vai reforçar as ações de educação ambiental nos balneários, limpeza do rio, monitoramento da qualidade da água, fiscalização de combate aos crimes ambientais e vai produzir um diagnóstico ambiental do rio e dos seus principais afluentes, identificando e classificando as áreas com possibilidades de uso da água para consumo humano ou de animais, lavouras, banhos, atividades de extração, preservação e ecoturismo.
Tina DeBord- com informações da Ascom PMP
Fotos: Elienai Araújo/Semma