Marabá tem o pior índice em qualidade de vida entre os 4 municípios mineradores

No Índice de Progresso Social, Marabá ocupa apenas a posição 4.854º entre os 5.570 municípios brasileiros; Canaã dos Carajás lidera na região
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O Pará não tem nenhum município no top 20 do desempenho social e ambiental do Brasil. Ao contrário, na lista dos 20 piores no mesmo estudo, o Estado figura com oito cidades que patinam no ranking criado há dez anos. É o que mostra estudo inédito que calculou o Índice de Progresso Social (IPS) de todos os 5.570 municípios brasileiros.

Na região sudeste do Pará, mais especificamente entre os quatro maiores municípios mineradores, Marabá é o que apresentou pior desempenho, segundo o IPS divulgado esta semana. Canaã dos Carajás, lógico, é o melhor em todos os quesitos.

O IPS do município mais antigo e que originou grande parte dos demais é 52,6 numa nota que poderia ir a 100. Dessa forma, Marabá ocupa a posição de número 4.854º entre os 5.570 municípios brasileiros.

Logo depois vem Curionópolis, com 53,15, ocupando a posição de número 4.725 entre os 5.570 municípios.

Parauapebas e Canaã dos Carajás estão em outro patamar de qualidade de vida entre municípios mineradores. O IPS da Capital do Minério é de 55,56 e ocupa o 3922º no ranking estabelecido pelo IPS Brasil 2024. Já o índice da Terra que Emana Leite e Mel (Canaã) é de 56,91, ocupando a posição de número 3.326 entre os 5.570 municípios do País.

E o que isso significa?

O IPS Brasil é o índice mais completo da realidade socioambiental de todos os 5.570 municípios do país. Ele proporciona um panorama multidimensional e acessível sobre a performance de municípios e estados em atender às necessidades básicas de seus cidadãos. Ao contrário dos indicadores econômicos tradicionais, o IPS Brasil foca exclusivamente em variáveis sociais e ambientais.

Componentes do IPS Brasil 2024

O IPS Brasil 2024 é composto por 53 indicadores secundários de fontes públicas que são exclusivamente sociais e ambientais, medindo resultados, não investimentos. Essas variáveis foram agregadas em um índice geral, com nota de 0 a 100, e índices para três dimensões principais e doze componentes:

Necessidades humanas básicas

Nutrição e Cuidados Médicos Básicos: Avalia a disponibilidade e qualidade dos cuidados de saúde e alimentação.

Água e Saneamento: Mede o acesso à água potável e a condições sanitárias adequadas.

Moradia: Verifica a disponibilidade de moradia segura e de qualidade.

Segurança Pessoal: Analisa a segurança dos cidadãos contra crimes e violência.

Fundamentos do bem-estar

Acesso ao Conhecimento Básico: Avalia a qualidade e o acesso à educação básica.

Acesso à Informação e Comunicação: Mede a acessibilidade e a qualidade da infraestrutura de comunicação.

Saúde e Bem-estar: Verifica o acesso a serviços de saúde e condições gerais de saúde da população.

Qualidade do Meio Ambiente: Analisa a qualidade ambiental e seu impacto na vida dos cidadãos.

Oportunidades

Direitos Individuais: Avalia a proteção e garantia dos direitos individuais dos cidadãos.

Liberdades Individuais e de Escolha: Mede a liberdade dos cidadãos para tomarem decisões sobre suas vidas.

Inclusão Social: Verifica o nível de inclusão e igualdade de tratamento independentemente de gênero, raça ou orientação.

Acesso à Educação Superior: Analisa a disponibilidade e acessibilidade da educação superior.

O IPS Brasil é uma plataforma criada por meio de financiamento privado. O índice foi criado em 2014 nos Estados Unidos e calcula anualmente os indicadores relacionado a 170 países.

Este ano, pela primeira vez, foi feito um índice considerando apenas as cidades do Brasil. A intenção agora é de que ele seja atualizado todos os anos.

“O município é a menor unidade administrativa, a qual possui autonomia política, de gestão e financeira. A esfera municipal possui competências importantes como saneamento básico, pavimentação e sinalização de vias e de toda a estrutura viária, criação e conservação de praças e arborização, transporte urbano e iluminação pública”, aponta o relatório do IPS Brasil.

“O município também reparte com outras esferas federativas (estados e o governo federal) os serviços de educação, saúde e meio ambiente”, acrescenta o documento.

“Medir a situação social desses territórios numa frequência anual é essencial para captar mudanças e tendências e contribuir para o aperfeiçoamento de políticas públicas e melhoria da gestão pública local.”

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