A delegada Raissa Maria Soares Beleboni, titular do Departamento de Homicídios, da 23ª Seccional Urbana de Polícia Civil, em Marabá, concedeu entrevista na manhã desta sexta-feira (2), acerca do cumprimento de Mandado de Prisão Temporária contra os guardas municipais Alexsandro Caldas Pó e Rômulo Passos Soares. Ambos são acusados de terem matado, em 13 de outubro de 2017, Naiara Vieira Ribeiro, após terem-na torturado quatro dias antes. O prazo da prisão é de 30 dias, podendo ser prorrogado, caso as investigações devam se estender por maior período.
Caldas foi preso por volta do meio-dia de ontem, quinta-feira (1º), e Rômulo, que se encontra preso em Belém, terá sua remoção requerida para Marabá, onde, na semana que vem, deve participar de audiência sobre o caso, quando será notificado sobre o novo Mandado de Prisão.
Raissa Beleboni disse que o mandado foi expedido pela 3ª Vara Criminal, como resultado da investigação sobre o homicídio que vitimou Naiara Ribeiro, porque os trabalhos vêm avançando desde o dia do crime e agora, em fevereiro último, uma testemunha que presenciou o assassinato foi localizada e confirmou a participação dos dois servidores municipais.
“Conseguimos localizar e identificar uma testemunha presencial e apurar, com a certeza necessária, que os autores seriam os dois guardas municipais”, disse a delegada de Homicídios, ressaltando, entretanto, que durante os próximos 30 dias as diligências prosseguem a fim de configurar “a prática do crime, a motivação, a dinâmica do fato e demais elementos necessários para a conclusão das investigações”.
Ela também informou que, uma terceira investigação está em curso, envolvendo o assassinato de Alex Amaral Azevedo, em 7 de janeiro passado. Ele também foi torturado nas mesmas circunstâncias de Naiara. A delegada Raissa Beleboni quer saber se os dois homicídios têm ligação, o que complicaria mais ainda a situação de Caldas e Rômulo.
Relembre o caso
Em outubro de 2017, Rômulo foi preso acusado de tortura, extorsão e estupro contra três pessoas – dois homens uma mulher – apanhadas em um bar na Folha 34, Nova Marabá, e levadas na mala de um automóvel VW Voyage para lugar ermo no Bairro Cidade Jardim, distante, portanto, do perímetro urbano. Ali elas foram agredidas fisicamente, forçadas a manterem relações sexuais entre si, na presença dos torturadores e, depois de horas, abandonadas nuas em um matagal. As agressões ocorreram no dia 9 de outubro e no dia 13 Naiara foi executada a tiros na Folha 34.
A mãe de uma das vítimas procurou a polícia para denunciar a barbaridade e um dos torturadores identificado pelas três pessoas torturadas foi o GM Rômulo, contra o qual já havia denúncia de que, em 2014, junto com outros cinco colegas, cometeu o crime de tortura, pelo qual foi condenado e cumpre pena em presídio da capital. Agora, com o desenrolar das investigações, a Polícia Civil chegou também ao GM Caldas.
1 comentário em “Marabá: Testemunha confirma participação de mais um guarda municipal em crimes de tortura e homicídio”
ESSA DELEGADA TEM QUE ESTUDAR MAIS PARA PRESTAR SERVIÇO DESSA NATUREZA É MUITO DESPREPARO