Por Eleutério Gomes – de Marabá
Contagem regressiva para o final do ano – faltam três dias – e as pessoas se preparando para as comemorações, que incluem muita comida e muitos litros de bebida alcoólica, na maioria das vezes, ambas ingeridas em excesso. Sobre o assunto, o Blog ouviu o médico Nagilson Rodrigues Amoury, gastroenterologista, cirurgião-geral e plantonista do Hospital Municipal e do Hospital Regional.
Ele afirma que, “olhando pelo lado da estatística”, 57% das doenças que acometem o ser humano são relacionadas ao meio ambiente, e este, relacionado ao sedentarismo e à alimentação. “Sobretudo em relação ao número de calorias que o organismo ingere, mas que não é gasto e vai acumulando no corpo”, observa.
O médico diz que um grama de proteína equivale a quatro calorias; uma grama de açúcar, quatro calorias; um grama de gordura, nove calorias; e um mililitro de álcool equivale a uma vez e meia a quantidade de açúcar normal, seis calorias. “Ou seja, um copo de cerveja de 200 mililitros equivale a 1.200 calorias e a pessoa toma vários, muitos”.
“Para a população jovem, isso não tem problema algum, até certo ponto pode comer e beber, abusar um pouco. Porém, aquelas pessoas obesas, de mais idade, que são sedentárias e bebem demais e se alimentam de forma errada, têm de evitar o excesso”, aconselha o médico.
Nagilson afirma que no dia logo após as festividades de passagem do ano, chegam aos hospitais muitos casos de gastroenterite, uma infecção causada pelo alimento mal preparado, e de cólica biliar.
“A pessoa come muita gordura e, às vezes, não sabe que tem pedra na vesícula. O excesso de gordura estimula a vesícula a trabalhar e entope a via biliar. Aí, essas pessoas têm de ser operadas de emergência. Já os pacientes diabéticos descompensam e entram em coma. No final de ano é onde existe mais atendimentos a obesos, diabéticos e hipertensos”, conta o médico.
Acidentes e violência
Amoury também adverte quanto ao excesso de álcool na direção de carros e motocicletas, sobretudo nesta época de festas. Segundo ele, atualmente, 50% dos leitos de UTI do Hospital Regional são ocupados por pessoas acidentadas de motos. “Mais de 75% das enfermarias também estão ocupadas por vítimas desse tipo de acidente”, complementa ele, aconselhando as pessoas a não tentarem dirigir alcoolizadas. “A pessoa perde os reflexos, fica mais agitada”, diz, acrescentando: “Todos os leitos da Ortopedia do Hospital Municipal também estão ocupados por vítimas de queda de moto”.
O médico lembra também dos casos de violência, como agressões a arma branca, bala ou pauladas, que aumentam também devido aos excessos causados pelo álcool. “É importante notar que 80% desses casos ocorrem dentro das casas e não nas ruas. É a violência doméstica acirrada pelos desentendimentos em meio à bebedeira”, encerra.