Antes de emitir parecer final com conclusões, membros da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), criada para investigar os passivos socioambientais das atividades de mineração da empresa Vale e no Projeto Salobo, no município de Marabá, visitaram as instalações da empresa na última sexta-feira, dia 14 de abril.
Os vereadores Ilker Moraes, presidente; Marcelo Alves, relator; Eloi Ribeiro, secretário; e os membros titulares Beto Miranda e Frank do Jardim União foram recebidos na planta industrial do Salobo por uma equipe da Vale tendo à frente Luiz Veloso e Saulo Lobo, gerente de Relacionamento Institucional da Vale no Pará analista de relacionamento com a comunidade em Marabá.
A primeira parada foi no escritório da portaria do Salobo, para diálogo sobre o serviço de monitoramento de barragem, com mudanças nos protocolos de segurança para os trabalhadores, implementadas nos últimos anos, a partir de determinação judicial à Vale e à Salobo Metais, para alterar a localização de oito edificações localizadas na chamada “Zona de Autossalvamento”, em caso de rompimento da Barragem do Mirim. Também foi feita apresentação sobre a fase atual do projeto de extração de cobre Salobo III.
Depois, os visitantes foram a um mirante, de onde é possível ver quase todo o empreendimento, principalmente a mina de onde é extraído cobre para comercialização no mercado internacional. Na mesma mina também são extraídos minérios como ouro e prata, que são subprodutos do cobre.
Em seguida, os membros da CPI foram conhecer as mais novas instalações do conglomerado, onde a Vale iniciou a fase de operação (ramp up) da terceira usina de concentração de cobre da unidade, a Salobo III. Com o novo implemento, serão 12 milhões de toneladas a mais de processamento, o que aumentará a capacidade anual de 24 milhões para 36 milhões de toneladas de minério. A expectativa, segundo os engenheiros de minas da Vale, é de que o Salobo alcance a capacidade máxima de operação no terceiro trimestre de 2024.
O presidente da CPI, Ilker Moraes, disse que, embora já tenha ido ao projeto em outras ocasiões, esta visita foi a primeira que teve acesso ao Salobo III. Para ele, os membros da Comissão Parlamentar de Inquérito precisavam entender, na prática, o funcionamento da Barragem do Mirim, que recebe os rejeitos oriundos da retirada de cobre da mina. “Viemos fazer questionamentos às equipes técnicas da Vale, para que consigamos melhorar o relatório final e identificar possíveis danos ambientais, caso ocorra rompimento da referida barragem”.
Ilker reconhece que a Vale tem contribuído com a CPI ao repassar as informações solicitadas em ofício. “Vamos manter um bom diálogo nos próximos meses até a produção do relatório final. Esperamos que a sociedade saia ganhando com esse trabalho”, disse o presidente da Comissão.
O vereador Beto Miranda, durante a reunião com os técnicos da Vale, elogiou a capacidade da empresa de implementar técnicas avançadas para extração de minério no Salobo, pelo investimento em segurança, mas pontuou que é necessário a empresa ampliar apoio ao município de Marabá, como forma de compensação pelos danos ambientais e sociais causados. “A Vale ganha muito dinheiro com o Salobo. O que a gente quer é que o município de Marabá seja beneficiado na mesma proporção”, disse ele.