Os bastidores sobre o possível retorno do Campeonato Paraense seguem esquentando. Na última terça-feira (26/05), aconteceu a primeira reunião dos integrantes da Comissão de Elaboração do Protocolo de Segurança no Combate ao Covid-19, que contou também com a participação de membros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O encontro aconteceu por videoconferência e a comissão já marcou uma nova reunião para a próxima terça-feira (02/06), com a presença dos clubes para definir possíveis datas para a continuação do Parazão 2020.
A questão é, que nem todos os clubes participantes são a favor, neste momento, do retorno da competição estadual. O Carajás Esporte Clube, da Ilha do Outeiro, Distrito de Icoaraci, e que faz parte da grande Belém, é contra a volta dos jogos. Para o presidente do Carajás, Luiz Omar Pinheiro, a ideia de continuar o Parazão está vindo de pressão dos clubes grandes, do sul e sudeste, que já pensam em terminar o estadual, visando a disputa do Campeonato Brasileiro para receberem cotas.
“Eles não receberam suas cotas de televisão do estadual e acham que se retornarem os estaduais, vão receber essa cota, e querem acabar logo para iniciar o brasileiro e começar a receber a cota de televisão do Campeonato Brasileiro. Gente, eles tem que entender que os demais clubes brasileiros não participam dessa festa deles. Tem que entender que depois dessa pandemia as coisas no Brasil não vão ser iguais. Vai acabar com esse negócio dessa fartura de dinheiros monstruosos de cotas de televisão para eles pagaram salários monstruosos para os seus jogadores. A agonia toda é essa”, disse Luiz Omar Pinheiro.
A Comissão de Segurança criada pela Federação Paraense de Futebol (FPF) após a segunda reunião marcada para esta semana com os representantes dos clubes participantes do Parazão, vai entregar um protocolo para o governo do estado do Pará, tomando todas as medidas exigidas pelo Ministério da Saúde e adotando a prevenção necessária em tempos de pandemia do novo coronavírus, com testes para as todas as pessoas envolvidas no evento esportivo. O mandatário do Pica-Pau discorda e não é a favor do retorno do futebol com limitações.
“O Carajás tem uma opinião simples. Se não tem segurança, não reinicia o futebol. Acabou. Não tem que formar comissão para dizer, olha se fizer testes antes do jogo, ou depois do jogo, a imprensa ficar cinco metros de distância um do outro, não ter público, o jogador não ficar no vestiário. Então para ter tudo isso, é sinal que não tem segurança, e se não segurança, não tem campeonato. Para se colocar isso em prática vai ter um custo e até agora não se falou quem é o bonitão que vai pagar esse custo, os clubes é que não são. Só pode reiniciar o campeonato nas mesmas condições que ele foi paralisado. Essa é minha opinião e vou levar isso até o fim”, desabafou Luiz Omar Pinheiro.
Por Fábio Relvas