Minas da Vale em Parauapebas têm só mais 16 anos, revela mineradora

Anúncio ainda é visto com ceticismo, porém multinacional tem investido pesado em tecnologia para aumentar eficiência de operações na Serra Norte de Carajás, que pode acelerar exaustão.
Mina no Pará: Qualidade do minério de ferro de Carajás é a melhor do mundo

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“A vida útil atual do plano de lavra vai de 2022 a 2038.” É com essa frase que a mineradora multinacional Vale sintetiza suas operações de minério de ferro na Serra Norte, a porção de Carajás que fica localizada dentro do município de Parauapebas. E não, não é invenção do Blog do Zé Dudu: as informações constam textualmente do mais novo Formulário 20-F, o principal balanço da empresa e o qual, aliás, ela precisa entregar à Bolsa de Valores de Nova Iorque, onde tem ações, a título de prestação de contas. Os Estados Unidos veem o 20-F primeiro que o maior interessado, Parauapebas, no Brasil.

O Blog do Zé Dudu analisou todas as 227 páginas do relatório publicado no último dia 14 de abril, que resume o desempenho da Vale em 2021 e, ao mesmo tempo, lança luz sobre os passos futuros da mineradora. A informação de que o minério das principais reservas de Serra Norte (N1, N2, N3, N4 e N5) se esgota em menos de 20 anos não é novidade, mas ainda encontra céticos ao assunto, inclusive gestores municipais.

É verdade que a data exata de exaustão do minério em Parauapebas pode ser depois de 2038, o que depende de a Vale pisar no freio e diminuir o ritmo de lavra. Mas é verdade também que, caso ela aumente o passo da extração em relação ao retirado em 2021, o fim do minério pode ser antecipado. Inclusive, algumas das minas do atual plano de lavra vão dar adeus ao parauapebense bem antes de 2038. Cada um dos “N” tem vida própria.

Como revelado em diversas outras ocasiões pelo Blog, o prognóstico de exaustão das minas de Parauapebas considera novas áreas de mineração nos corpos N1, N2 e N3. Segundo a Vale, “as minas de Serra Norte estão em operação desde 1984 e estão sendo expandidas lateralmente e em profundidade, com a lavra simultânea de mais corpos minerais”.

A empresa diz que foram implantados nas cavas britadores para processamento do minério bruto, com correias transportadoras para reduzir a distância de transporte, e revela que possui planos para instalação de novos britadores com o mesmo objetivo. “Em 2021, começamos a operar caminhões autônomos. A implantação de caminhões híbridos elétricos está prevista para operar em 2023. Além disso, há projetos em estudo para implantação de britadores semimóveis com correias transportadoras para os resíduos”, anuncia a Vale. Tais tecnologias devem otimizar a lavra de minério na Serra Norte de Carajás e acelerar a exaustão da principal fonte econômica de Parauapebas.

Quanto valem as minas de Parauapebas?

Sem contar o valor da infraestrutura que faz a produção das minas de Serra Norte ir tão longe, como a ferrovia e o porto, o preço de mercado do complexo situado em Parauapebas, com instalações e equipamentos associados, era de 2,608 bilhões no final do ano passado. Na cotação de dólar atual, daria algo em torno de R$ 14,87 bilhões.

Se estivesse à venda pela Vale, seria o chamado “negócio da China”, visto que, no ano passado, apenas em Parauapebas a mineradora produziu R$ 69,912 bilhões, de acordo com dados da Agência Nacional de Mineração (ANM). Este ano, a produção da Vale no município — de janeiro até o final de março — já totaliza R$ 9,457 bilhões. Resumido: o valor de mercado do complexo Serra Norte é cinco vezes inferior ao que ele produz.

De acordo com a multinacional, o volume de minério de ferro medido, provado e provável já localizado dentro de Parauapebas é de 1,59 bilhão de toneladas, a um teor de pureza de 65,8%. A título de comparação, o volume de minério existente na Serra Sul, dentro de Canaã dos Carajás, é de 4,273 bilhões de toneladas, quase três vezes mais, e com teor semelhante.

25 comentários em “Minas da Vale em Parauapebas têm só mais 16 anos, revela mineradora

  1. Luiz Vicensotti Responder

    A necessidade de um Plano de Diversificação da Matriz Econômica para a cidade e região URGE!!!! As consequências de não se fazer nada serão dramáticas.

  2. WANDERLON MENDONÇA Responder

    A grande riqueza dos moradores de parauapebas e lastreada em seus imóveis
    Em 2012 em parauapebas após mais uma de muitas implantações da vale período que ejeta muitos milhões na economia local a especulação imobiliária fracassou além dos imóveis despencarem os valores não se vendia {valores estratosféricos uma bolha }
    Sem a mineração da vale a cidade toda será avaliada em CR$0.01

  3. WANDERLON MENDONÇA Responder

    Parauapebas e tipo ouro com teor de 0.999% pureza desde que tenha a gigante fiadora a vale que tem o teor de 0.999% das pessoas de parauapebas diretas e indiretas trabalhando para ela
    Sendo ASIM
    parauapebas si tornará uma cidade fantasma de
    Final de linha
    Especulação imobiliária que empobrece os cidadãos
    Não tem perfil para agricultura
    Pecuária e limitado gera pouco emprego

  4. WANDERLON MENDONÇA Responder

    Os empresários de parauapebas e moradores precisão entender que Carajás e uma cidade empresa e parauapebas e uma cidade dormitório pesquisem e descobrirão o que eu quero dizer com cidade empresa e cidade dormitório

  5. Wanderlon Mendonça Responder

    O que o povo de parauapebas não entendem e nem asseitao e que o minério é finito
    E não tem nada na região que venha manter o tamanho da população contida na cidade
    Sendo ASIM a bolha de parauapebas e ouro de tolo

    O maior patrimônio de parauapebas e imobiliário uma bolha que se implodira e vai arrastar todos que s cidadãos a não ser augus que tiver reservas e e outras rendas em outros domicilios

  6. CELSO ANTONIO BENDO Responder

    A continuidade da exploração de Minerio de ferro está bem ao lado, “CANAÃ DOS CARAJÁS SD11”, já em operação com reserva para 200 anos

  7. Olizete Nunes Responder

    E aqui acaba de nascer uma preocupação, mas ainda há tempo de fazer algo só precisamos de políticos comprometidos com o município.

  8. Milton Jorge Responder

    Povo de Parauapebas isso é mera especulação política o mineiro no Pará é de imenso volume, o que tem que se fazer é arrancar esse governo Barbalho do poder, ele sim, tá com a família se esgotando.

    • Kennedy Responder

      É sim minério não acaba nunca,. petróleo não acaba! Se a própria Vale emite documento falando e tem que prestar conta a acionistas, não sei pq ela iria dizer que seu produto ta acabando

      • Geraldo Arantes Nunes Responder

        Em 1975, eu estudava geologia, na UNB, em Brasília DF.
        Meu professor de geologia economica, falava que o minério da Serra dos Carajas, dava para trabalhar mais de 100 anos.

  9. José Hermano da Silva Responder

    Após o término das operações da vale eu vejo uma Parauapebas como a serra pelada, pq nossos políticos administradores do município não fazem nada por nossa cidade, entra rios de dinheiro e pelo o que vejo acredito que é o investido muito longe da capital do mineiro.

    • Antônio Saraiva da Silva Responder

      Só sei que tudo tem começo meio e fim, se vai levar 16 ou 20 anos para acabar o minério isso de fato ninguém sabe , mas de um tenho certeza que uma hora chega ao fim, não a nada de tão grande ou muito onde só se tira e não coloca que não chegue ao fim.
      Infelizmente o que se pode fazer pelo município de Parauapebas é agora não depois que tudo estiver acabado.

  10. Drumond Medeiros Responder

    Isso mostra que Parauapebas precisa urgentemente encontrar e executar políticas para o futuro, de forma a assegurar o ciclo de continuidade sem a dependência da mineração. Há uma enorme potencialidade de Parauapebas se tornar o maior celeiro de conhecimento de mineração, assim como Ouro Preto-MG, isso precisa ser feito agora, apesar do atraso.
    No meu entendimento, o minério das Minas “N” terão vida muito maior que a anunciada, novas tecnologias para recuperação de minério contaminado serão utilizadas, aproveitando-se da Infraestrutura montada. Vamos acordar os gestores de Parauapebas para investirem em novas fontes de renda para a Parauapebas do futuro, para que os descendentes dos pioneiros fundadores, trabalhadores que deixaram seus estados/cidades para ajudarem no desenvolvimento da região, tenham um futuro certo.

  11. Valmir Ribeiro Alves de Macedo Responder

    Esse também deveria ser uma preocupação da mineradora, que não vale a cidade a sério só o nosso minério…

  12. Rangel Responder

    Há vários municípios no Brasil que tem.vida própria, não dependem.de uma única fonte de renda…. Parauapebas precisa sim se preparar para o futuro para se tornar uma cidade NORMAL com vida própria. Para isto não depende dos políticos e sim da população que elege estes políticos.

  13. Eduardo Felipetto Responder

    A qualidade dos textos de economia do blog do zé dudu é realmente um diferencial e não vista em veículos da região norte. O blog larga na frente. Peca no material policial, com uma linguagem pouco polida e repetida de outros blogs da região.

    • Marcos Responder

      À Vale nasceu aqui na minha cidade ,desde acho 1942 e a anos se fala em exaustão do minério por aqui .Falaram recentemente que acabaria o minério viável de exploração em 2028 e agora segundo o presidente do sindicato daqui FICARA aqui pelo menos até 2041.Essa previsão nunca e 100 % certa ,pois eles descobrem novas tecnologias para beneficiar o minério mais pobre em ferro .Aqui começou com a hematita minério de maior teor de ferro,depois foi ACABANDO e então começaram a explorar o Itabirito friavel com um menor teor de ferro que a hematita .Quando achamos que estava acabando a Vale consegue outra tecnologia dos moinhos para beneficiar o Itabirito compacto com baixo teor de ferro com a tecnologia foi possível aumentar a vida das Minas de Itabira.Por aqui a empresa aproveitou até rejeito de anos de mineração foi vendido.

  14. Evaldo Coelho Responder

    E meus amigos nossos políticos, não prepararam o município, pra essa realidade. Vocês, sabem o que vai acontecer depois que a empresa, encerrar suas atividades no nosso querido município? Todos eles, abandonaram nosso Pebinha, pois os investimentos deles e em outro estado ou município. O rastro de destruição desses longos anos de exploração, ficará para trás. Tudo um dia chega ao fim. Todos sabemos dessa situação mais quem devia preparar a região, para esse momento com investimento em outras modalidades, não fizeram. Vinte ou dezoito anos, passa rápido. Lamentável.

  15. VALERIA FERREIRA Responder

    Parabéns aos redatores das matérias deste BLOG, estão sempre bem elaboradas e com coerência textual. Dá gosto de ler! Penso o que será de Parauapebas quando essas minas esgotarem.

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