Nenhum estado do país tem a indústria extrativa tão forte e expansiva quanto o Pará. No primeiro mês deste ano, a maior potência da mineração brasileira movimentou R$ 10,17 bilhões, recorde histórico para janeiro. As informações foram levantadas com exclusividade pelo Blog do Zé Dudu, que analisou dados da movimentação financeira da indústria mineral gerados pela Agência Nacional de Mineração (ANM) nesta sexta-feira (12).
A mineradora multinacional Vale, rainha do setor, operou sozinha R$ 8,951 bilhões no Pará, 27 vezes mais que a segunda colocada, a Mineração Paragominas, empresa que produziu R$ 328,2 milhões no período. Mesmo se fossem somados todos os demais 89 CNPJs mineradores que atuaram no estado em janeiro, ainda assim não produziriam 15% do que a Vale arregimenta em municípios como Parauapebas e Canaã dos Carajás, de onde ela extrai o melhor minério de ferro do mundo, e também em Marabá, onde ela mantém a maior província de cobre conhecida no Brasil.
Em nível municipal, aliás, as localidades mineradoras mais importantes do estado em janeiro foram Parauapebas, que rendeu exclusivamente à Vale R$ 4,615 bilhões, e Canaã dos Carajás, que rendeu à mesma empresa R$ 3,772 bilhões. Na sequência aparecem Marabá (R$ 582,23 milhões), Itaituba (R$ 469,47 milhões) e Paragominas (R$ 328,26 milhões). No mês passado, 47 municípios registraram movimento de recursos financeiros junto à ANM em decorrência da mineração em seus territórios.
Tabela periódica valiosa
Pelo menos 22 substâncias minerais fazem a festa de mineradoras e afins, que, por seu turno, fazem fortunas com as iguarias do subsolo paraense. Uma considerável parte da tabela periódica rende de mil a bilhões de reais nos rincões da tão cobiçada Amazônia paraense. O minério de ferro, que não é novidade, é o principal cartão de visitas da lista de commodities minerais do estado e, em janeiro, rendeu R$ 7,995 bilhões. Praticamente R$ 8 de cada R$ 10 que o Pará extrai em recursos minerais é ferro de elevado grau de pureza.
O segundo lugar fica com o cobre, que jogou no colo das mineradoras a “bagatela” de R$ 873,53 milhões. Depois aparece o ouro, que gerou R$ 597,31 milhões no primeiro mês de 2021 e tomou a posição antes pertencente ao minério de alumínio, que rendeu R$ 538,87 milhões no período. Manganês (R$ 73,55 milhões), caulim (R$ 29,56 milhões), níquel (R$ 18,7 milhões) e gnaisse (R$ 13,59 milhões) também tiveram participação expressiva. A extração de saibro, no valor de R$ 19.720, foi a de menor movimentação financeira.
O Brasil produziu R$ 23,69 bilhões em riquezas minerais no começo deste ano, e o Pará lidera com 42,92% de participação. Minas Gerais vem atrás, com movimentação bruta de R$ 9,466 bilhões e 39,96% de share. O menos minerador dos estados é o Acre, que operacionalizou apenas R$ 552 mil até o momento.