Exames laboratoriais confirmaram a suspeita da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), nesta quarta-feira (22), da ocorrência de um caso do mal da vaca louca, ou encefalopatia espongiforme bovina (EEB, nome técnico da doença. Segundo o órgão, o caso ocorreu em uma pequena fazenda do sudeste do Pará, que tem 160 cabeças de gado.
O nome do município não foi divulgado, mas o local já foi isolado e a propriedade inspecionada e interditada preventivamente, informou a Adepará.
O governo do estado informou que a “sintomatologia indica que se trata da forma atípica da doença, que surge espontaneamente na natureza, não causando risco de disseminação ao rebanho e ao ser humano”.
Para confirmar esta situação de isolamento e controle, “amostras foram enviadas para laboratório no Canadá para tipificação do agente, se clássica ou atípica”. Até que o caso seja definitivamente diagnosticado, as exportações ficam suspensas devido a um protocolo sanitário do qual o Brasil é signatário.
De acordo com o governo, o assunto é tratado com transparência e responsabilidade, por meio de contato permanente com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
O resultado dos exames laboratoriais foi comunicado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na tarde desta quarta-feira, pelo ministro Carlos Fávaro. Desde o início, a pasta tem adotado providências para tranquilizar a população e evitar danos à exportação de carne brasileira.
As primeiras informações sobre o caso suspeito foram divulgadas na segunda-feira (20) pelo Mapa. Fávaro pretende concentrar esforços no caso. Em função disso, não participará mais da comitiva que irá visitar o município de Hulha Negra (SC) para verificar os estragos causados pela estiagem na região.
Já se sabe que o animal doente não era criado em regime de confinamento, foi abatido e a fazenda está isolada. Diante da expectativa em torno do caso, as ações das principais empresas exportadoras de carne bovina já sofreram, fechando em queda os papéis da JBS (4,33%) e da Minerva (7,92%) nesta quarta.
As últimas ocorrências da doença da vaca louca foram registradas no Brasil em 2021, em frigoríficos de Belo Horizonte (MG) e de Nova Canaã do Norte (MT). Na ocasião, a China – maior importadora de carnes brasileiras – suspendeu as compras entre setembro e dezembro daquele ano.
O Brasil é considerado território de risco insignificante para a ocorrência do mal da vaca louca, segundo classificação da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Nas últimas décadas, houve registros apenas de casos isolados da doença, que foram devidamente controlados e eliminados.
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