Mais de duas mil pessoas participaram de uma Audiência Pública convocada elo Ministério Público Federal em Tucuruí, para debater os impactos socioambientais da Usina Hidrelétrica (UHE) e de suas eclusas. O evento aconteceu no Ginásio Poliesportivo da cidade, na terça-feira (14) e reuniu Ministério Público Estadual, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Eletronorte, prefeitos e lideranças comunitárias e indígenas.
Representantes da sociedade civil organizada expuseram seus problemas decorrentes dos impactos da Usina de Tucuruí. Eles cobraram providências, como pagamento de indenizações às famílias e investimentos nas comunidades, por parte da UHE. “A Eletronorte prometeu dias melhores para nossas famílias, mas isso não aconteceu. Ela não cumpriu. Esperamos que seja diferente daqui pra frente”, disse o líder comunitário e expropriado Abraão Coutinho.
Oliveira Assurini, representante da comunidade indígena Assurini, em Tucuruí, também questionou as promessas não cumpridas da estatal. “Esperamos êxito com essa audiência pública e que tenhamos resultados positivos, pois a nossa comunidade foi prejudicada com a essa hidrelétrica, onde a caça e a pesca diminuíram bastante”.
“Viemos ouvir a população a respeito das demandas que não foram cumpridas pela Eletronorte, bem como buscar soluções a esses questionamentos. Todos os pleitos serão analisados e distribuídos conforme a competência de cada envolvido”, destacou Eliabe Soares, do MPF.
“Acredito que esse evento vai fazer com que tanto a Eletronorte quanto o Dnit passem a cumprir as condicionantes. A região precisa desse investimento. Os nossos munícipes precisam desse investimento”, avalia o prefeito Artur Brito, ao ressaltar que, desde 2013, a Eletronorte não faz um investimento na região. “Tenho certeza de que, a partir dessa reunião, muita coisa boa vai vir”, finaliza.
(Antonio Barroso/ Fotos: Aldeney Moraes)