Ministério da saúde inspira poeta

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A decisão do Ministério da Saúde (Temporão) de adquirir gel lubrificante para "reduzir os danos" nas relações sexuais anais, revoltou muita gente, mas inspirou o poeta popular Miguezim de Princesa, que, com muita graça, compôs o cordel "Bolsa-Vaselina". O talento de Miguezim de Princesa ultrapassou fronteiras. Seu trabalho será objeto de estudo do Trinity College (EUA), por iniciativa de Eric Galm, pesquisador de música brasileira e professor de etnomúsicologia, que escreve um livro sobre essa expressão de cultura popular no Brasil.
No Leia mais o cordel "Bolsa-Vaselina":

Sem ter mais o que doar,
O Governo da Nação
Resolveu, virando os olhos,
Gastar mais de R$ 1 milhão,
Doando para os viados
Bolsa-lubrificação.
I
Quem tem o seu pode dar
Da forma como quiser
Seja feio, seja bonito,
Seja homem ou mulher,
E tem de agüentar o tranco
Da forma como vier.
III
O Governo Federal,
Que em tudo quer se meter,
Decretou que o coito anal
Tem mas não pode doer
E o Bolsa-Vaselina
Surgiu para socorrer.
IV
Quinze milhões de sachês:
A farra está animada!
Vai ter festa a noite inteira,
Até mesmo na Esplanada,
Sem ninguém sequer sentir
A hora da estocada.
V
Coitada da prega-mãe,
Vai perder o seu valor,
Pois é ela quem avisa
Na hora que aumenta a dor
E protege as outras pregas
De algum violentador.
VI
O governo quer tirar
Do gay a satisfação,
Como mulher sem gozar
Porque tanta vaselina
Vai tirar a “sensação”.
VII
– É para reduzir danos
– Defende logo um petista.
Porque na hora do coito
Dá um escuro na vista
E a dor é tão profunda
Que eu sinto dó do artista.
VIII
– Mas tu já desse, bichim?
– pergunta Zé de Orlando.
O governista sai bravo,
Dando coice e espumando,
Pega o “rabo de cavalo”
E sai no dedo enrolando.
IX
O Brasil é mesmo assim:
Prostituta tem prazer,
Vagabundo tira férias,
Se trabalha sem comer
E quem dá o ás-de-copas,
Dá mas não pode doer.
X
O governo resolveu
Dar bolsa pra todo mundo
E criar um grande exército
De milhões de vagabundos
Só faltava esta bolsa
De vaselinar os fundos.

1 comentário em “Ministério da saúde inspira poeta

  1. José Francisco de Souza Responder

    POETA ZÉ DE LOLA: CIDADE: EQUADOR RN.

    POESIA:
    CONVERSANDO COM OS PÁSSAROS.

    I
    Mim diga o motivo
    Conseqüência ou razão
    Algum crime eu pratiquei?
    Ou serei algum ladrão?
    Se não sou um delinquente
    Mim diga aí seu demente
    Por que estou na prisão?
    II
    Existem organizações
    Pra cuidar dos animais,
    Mas permite uma licença
    Veja só o que se faz
    Você paga um tostão
    O bicho vai pra prisão
    Não se solta nunca mais.
    III
    Não há motivo qualquer
    Que possa justificar
    Tirar nossa liberdade
    Que a natureza nos dá
    É uma grande covardia
    Praticada dia a dia
    Quando isso vai parar?
    IV
    Ninguém por preço nenhum
    Quer que viver engaiolado
    Até mesmo um criminoso
    Contrata um advogado
    Pra fazer sua defesa
    E às vezes com sutileza
    Ele solta um culpado.
    V
    “Coloque-se” em nosso lugar
    Use sua consciência
    Fique preso numa gaiola
    Faça uma experiência
    Pra burrice tem limite
    Por que você não admite
    Essa sua incoerência?
    VI
    O pássaro vive feliz
    Em seu habitat natural
    Os homens ignorantes
    Que gostam de fazer mal
    Tira sua liberdade
    E esta imbecilidade
    Eles acham que é normal.
    VII
    Se eu fosse funcionário
    Da defesa ambiental
    Ficaria muito triste
    Por ver como é natural
    O crime que é praticado
    Como está sendo depredado
    O nosso reino animal.
    VIII
    Oh! Como seria bom
    Que o homem se ligasse
    Respeitasse a diferença
    Que existe em outra classe
    Depredar a natureza
    É uma indelicadeza
    Seria bom que mudasse

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