“Não é mérito, é uma obrigação nossa”. Dessa forma se referiu Andrei Antonio Rodrigues, morador da cidade de Goianésia do Pará, após encontrar e entregar ao verdadeiro dono uma carteira com documentos pessoais e mais de R$ 2 mil em dinheiro, no último sábado, 8.
A história começa na cidade de Breu Branco, localizada a 75 km de Goianésia do Pará, na região sudeste paraense, onde Freitas Júnior Cristo Neto foi resolver problemas bancários. Na volta para casa, conduzindo uma motocicleta, o morador colocou no bolso da jaqueta em que estava vestido uma carteira pessoal contendo vários cartões de bancos, senhas, dinheiro e outros documentos.
O acessório caiu a cerca de 5 km de Goianésia do Pará, por volta de meio-dia de sábado, na rodovia PA-263. Naquele mesmo dia, passava pelo local Andrei Rodrigues e seu funcionário Valdoney Alves de Brito. Os dois retornavam de Breu Branco.
Andrei conta que trabalha com estelitagem e costumeiramente faz o percurso entre as duas cidades para atender clientes de serrarias. “Na volta da entrega, nós estávamos próximos ao Posto JY e passou uma carreta e o vento arremessou algumas notas de dinheiro. Havia dinheiro espalhado na pista, cartões, a carteira e outros documentos. Juntamos o que deu no momento”. Os dois conseguiram coletar do meio da pista a quantia de R$ 2.200, dos quase R$ 3 mil que estavam na carteira.
Daí em diante, a preocupação de Andrei era encontrar o dono: “Fiquei preocupado com a pessoa que tinha perdido aquele dinheiro todo. A gente perde R$ 50 já é preocupante, imagina todo esse dinheiro”. Nessa história entra Karla Lima, cunhada de Andrei, que procurou nas redes sociais pelo nome de Freitas e se deparou com a página Breuzinho Desprezado, que noticiou a perda dos documentos.
Freitas Júnior foi encontrado e a carteira devolvida. “Primeiramente agradecer a Deus e segundo a ele, hoje estaria com a cabeça muito quente caso não tivesse encontrado a carteira com dinheiro que não era meu, é da igreja. Ele ganhou um amigo e um irmão. Não tenho palavras para descrever o ele fez. Uma pessoa encontrar R$ 2.200 numa estrada e devolver centavo por centavo, posso até dizer que é um anjo da guarda. Ele me procurou nas redes sociais, da minha família. É até difícil acreditar”.
Sobre a atitude louvável, Andrei diz que se colocou no lugar de Freitas. “Ficaria desesperado se tivesse perdido todo esse dinheiro. Não fiz nada daquilo que gostaria que alguém fizesse por mim”.
Por Antonio Barroso