*Todos os funcionários entrevistados não serão identificados nesta reportagem
Os moradores do Núcleo Urbano de Carajás foram surpreendidos nos últimos dias de 2017 com a “fofoca” de que em 2018 o valor de contribuição de moradia seria reajustado a partir do salário do funcionário da Mineradora Vale, administradora do condomínio destinado aos empregados que tem a função de técnico especializado a gerência na empresa.
Após o Blog receber várias mensagens desse “burburinho” em Carajás, moradores confirmaram que a nova tabela do “Aluguel Residencial Imóvel Próprio”, nome dado a taxa que é descontada no contracheque dos moradores, será reajustada a partir de março e foi apresentada aos gestores numa reunião no dia 27 de dezembro no Cine Teatro. Por conta do recesso de Ano Novo, muitos funcionários souberam da mudança na cobrança por outros moradores, antes mesmo de receber a informação do gestor.
A Assessoria de Imprensa da Vale confirmou que os valores atuais terão uma adequação para manutenção das moradias, das áreas verdes comuns e limpeza urbana. A Assessoria enfatizou a todo momento que os moradores não perderam o benefício e que “não se trata de aluguel e sim de valor a título de encargos pela concessão de moradia e manutenção paga pelos empregados Vale, que residem em Carajás, desde a criação do Núcleo Urbano”.
Uma funcionária, que já viveu os anos dourados de benefícios da Mineradora Vale, está indignada com a nova cobrança: “Eu achei a maior sacanagem que a Vale poderia fazer conosco que moramos em Carajás. Até mesmo porque a base utilizada para pagarmos o aluguel não foi a mesma utilizada para recebermos o aumento no último Acordo Coletivo, ou seja, o que recebi de aumento vou retornar para a Vale como taxa da minha moradia”, desabafou.
De acordo com informações passadas por funcionários, o cálculo será pelo tamanho do imóvel, a partir do salário do funcionário beneficiado pela moradia. O Blog não teve acesso a nenhuma tabela, mas simulamos a partir do depoimento dos nossos entrevistados:
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Outro funcionário, que está há mais de 5 anos na empresa e mora há mais de 2 anos em Carajás, já se despede do Pará. A justificativa: a redução de benefícios o fez aceitar uma proposta de trabalho para estar mais próximo da família. “O norte do Brasil ainda é uma região carente de infraestrutura como estradas, saúde, segurança e lazer. O transporte aéreo demasiadamente caro. O atrativo principal da região para mão de obra especializada ainda é o financeiro. Nos últimos anos, a empresa reduziu gradativamente os benefícios dos empregados além da própria redução de funcionários, o que agregou mais demanda aos que permaneceram. Com isso, a diferença financeira que atraía mão de obra especializada para cá está equalizada com as regiões mais desenvolvidas. E o mercado, atualmente, tem mostrado sinal de aquecimento. Tenho acompanhado um número maior de pessoas saindo da Vale em busca de oportunidades em regiões mais desenvolvidas”, esclarece o funcionário que aceitou uma proposta que atende financeiramente a demanda familiar e não diferencia do que recebe atualmente.
É o mesmo embasamento do presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Mineração – Metabase Carajás Raimundo Amorim, conhecido como “Macarrão” que comentou que a “Vale está com dificuldade para contratar mão de obra especializada e está acabando com os atrativos para trazê-los para nossa região, inclusive está com risco de complicar operação, como por exemplo o S11D, por falta de profissionais especializados”.
Macarrão também se disse surpreso com a decisão de aumentar a cobrança para os moradores de Carajás. “O problema de moradia é geral para os funcionários, então trabalhamos na reivindicação coletiva dos 13 mil funcionários das 5 minas localizadas na região. O Acordo Coletivo visa negociar moradia, educação, saúde e os demais benefícios. Porém, a Vale oferece casa, promoção, educação para quem quer sem nenhum critério, trata os funcionários desiguais. Não temos como entrar nessa causa dos moradores de Carajás, por representarem uma minoria, mas deixamos o nosso Jurídico à disposição para nosso filiado recorrer dessa decisão, gratuitamente”, relata o presidente do Metabase.
O Blog solicitou a Assessoria da Vale o número de funcionários que moram no Núcleo Urbano, assim como a quantidade de residências e o custo de manutenção, porém essas informações não foram fornecidas até o fechamento dessa reportagem.
O que é o benefício da moradia em Carajás:
De acordo com a Mineradora, o empregado que mora do Núcleo Urbano paga uma taxa simbólica que dá direito a moradia com o consumo de água e luz.
Agora, os moradores temem também a mudança nessa realidade, pois muitos receberam a justificativa de que o aumento no valor é como equiparação aos funcionários que moram em Canaã dos Carajás. O Blog conversou com um funcionário que confirmou pagar atualmente uma taxa pela moradia de pouco mais de R$ 100 e que já foi informado que terá que arcar com o consumo de água e energia.
Sobre a possibilidade da cobrança em Carajás, a Celpa informou que não possui medidores instalados e que a Vale é uma cliente híbrida, ou seja, ela compra energia como a Celpa e distribui a partir da demanda. A Assessoria da Celpa acrescentou que está aberta para atender a demanda de clientes em Carajás.
3 comentários em “Moradores de Carajás são surpreendidos com nova taxa de moradia”
E uma falta de vergonha dessas pessoas q moto em carajas paga uma besteira de taxa nem si compara com os alugiçueis do peba e olha a diferença dos salarios deles…..
Axou rui vem pagar aluguel no peba deve ser mais barato kkkkkkk
Esses funcionários deveriam vir morar em Parauapebas e pagar aluguel, aí queria ver reclamarem, pagam uma taxa irrisória e ainda reclamam?? Pois voltem de onde vjeram, quero ver receber oq recebem e morar como moram aqui…
Eu