Moradores do bairro Palmares iniciam jornada de reivindicações para sensibilizar governo a cumprir pauta solicitada

Por Francesco Costa – da Redação

Interditada na manhã desta terça-feira, 20, a estada de acesso ao Bairro Palmares, em Parauapebas, é palco de manifestação dos moradores daquele logradouro. O ato se deu após a interrupção no fornecimento de energia elétrica ocorrido na noite de ontem, segunda-feira, 19.

Todavia, explica Jorge Nere, coordenador local do MST, as reivindicações não se resumem apenas em energia elétrica. Uma extensa pauta já negociada desde o inicio do ano com atual prefeito, Valmir Mariano também faz parte das reivindicações.

“Embora tenhamos tentado conversar em audiência com o governo, até agora não tivemos resposta concreta das pautas apresentadas. Consideramos isto como falta de interesse deste governo em cumprir os compromisso feitos”, detalha Jorge Nere, assegurando uma jornada de luta para que seja garantido o compromisso firmado e convocando toda a sociedade, entidades e comunidades das zonas rural e urbana a se manifestarem coletivamente em busca de melhor qualidade na saúde, educação, agricultura, estrutura urbana, saneamento básico, energia elétrica, entre outras.

Os líderes comunitários da Palmares detalham a situação em diversos setores:

• Educação 
  – só há uma unidade escolar de ensino infantil, construída no governo anterior;
  – necessidade de reforma da escola de ensino fundamental frequentada por mais de 1.500 alunos ( há a promessa de construção de uma unidade escolar que abrigaria outros 1.500 alunos);
  – estradas vicinais que não possibilitam o transporte dos alunos da zona rural pela deficiência da pontes, em sua maioria destruídas pelo desgaste e falta de conservação.
• Saúde 
  – apenas dois médicos atendem os cerca de 10 mil usuários da Unidade de Saúde daquele local;
  – o consultório odontológico não funciona pelo simples fato de que o compressor de ar está danificado;
  – falta remédio na farmácia básica;
  – o posto de saúde não recebeu a reforma solicitada.
• Educação em nível médio
  – tem apenas o Sistema Modular de Ensino, o que deixa quase 500 alunos que cursam o ensino médio sem o ensino regular.
• Segurança pública 
  – o aparelhamento da polícia não cobre o bairro, muito menos o Projeto de Assentamento;
  – a prefeitura não investe em estrutura social para tirar aqueles que estão às margens da sociedade reconduzindo-os para condições que o tragam de volta para as perspectivas sociais.
• Energia elétrica
   – um caos, apesar de estar próximo da rede de transmissão da Vale, a tensão não corresponde ao vendido pela fornecedora, deixando comerciantes sem condições para resfriar os produtos e as residências sem o conforto que seria proporcionado pelos eletrodomésticos.

“Decidimos em assembleia que nosso limite de paciência se esgotou. A nossa relação com o governo será primeiro em forma de protesto e aguardar que ele venha conversar conosco acerca da pauta proposta”, conclui Jorge, admitindo que apenas a Comunidade da Palmares não será capaz de produzir uma mobilização capaz de sensibilizar o  governo para garantir as mudanças necessárias e imediatas. Em virtude disso, a comunidade seguirá por uma semana com a mobilização, que deverá ser estendida às outras comunidades em busca de fortalecimento.