O ministro da Educação do governo FHC Paulo Renato Souza morreu na noite de anteontem, aos 65, vítima de um infarto, em São Roque (66 km de São Paulo), no hotel onde estava hospedado.
O corpo foi velado ontem na Assembleia Legislativa de São Paulo, e o enterro está marcado para as 10h no cemitério do Morumbi.
Estiveram no local familiares, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), o prefeito da capital, Gilberto Kassab, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), além de aliados políticos.
Também compareceram ministros do governo Dilma Rousseff, entre eles Fernando Haddad (Educação) e José Eduardo Cardozo (Justiça). A presidente emitiu uma nota na qual destacou “relevantes serviços” prestados ao país.
Ontem, foi lembrado por suas ações à frente do Ministério da Educação, pasta que chefiou nos dois mandatos de FHC, como a criação do Enem (Exame Nacional de Ensino Médio) e do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), hoje chamado de Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica).
“São iniciativas que conferem a Paulo Renato a estatura de um homem público que deixa um legado importante para o Brasil”, disse o ministro Fernando Haddad.
Ele tinha histórico de problemas cardíacos -em 1995, recebeu duas pontes mamárias e três pontes de safena.
Segundo seu filho, Renato Souza Neto, 41, o tucano sentiu tonturas quando dançava em evento no hotel e desmaiou. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu ao infarto. “Ele estava em um momento muito feliz da vida, e isso nos dá tranquilidade.”
TRAJETÓRIA
Fundador do PSDB, ele iniciou a carreira política militando no antigo MDB e foi eleito deputado federal em 2006, cargo do qual se licenciou para assumir a Secretaria Estadual de Educação na gestão José Serra (PSDB), seu último posto público.
Paulo Renato deixou a Secretaria de Educação de São Paulo no final do ano passado, depois de atritos com o grupo político do governador Geraldo Alckmin.
Ele foi substituído por Herman Voorwald, então reitor da Unesp (Universidade Estadual Paulista). Economista formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Paulo Renato foi reitor da Unicamp, gerente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em Washington, e teve perfil mais acadêmico que político.
“Paulo nunca foi de espírito partidário, sempre foi de espírito público”, disse o ex-presidente FHC. O ex-governador José Serra também compareceu ao velório.
Em nota, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PE), lamentou a morte do colega.
“O PSDB sente o falecimento do ministro, um dos nossos grandes quadros. Ele teve uma vida digna e foi um dos melhores ministros que o Brasil conheceu. Vai fazer muita falta à sua família, ao PSDB e ao país.”
Natural de Porto Alegre (RS), Paulo Renato deixa três filhos e seis netos.
Fonte: UOL
