Embora a praga da mosca da carambola esteja controlada no Estado do Pará, restrita aos municípios de Almeirim e Breves, na região do Arquipélago do Marajó, o assunto preocupa fruticultores de todo o território paraense. Ouvido pelo Blog do Zé Dudu, o gerente regional da Adepará (Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará), Geraldo Teotônio Pereira Jota, tranquiliza os produtores da região: “A mosca da carambola está controlada. A Adepará tem, em todo o Estado, mais de 1.500 armadilhas”, afirma ele.
Essa praga, que veio do Suriname, passou por Roraima e pelo Amapá e chegou à divisa com o Pará e acaba com mais de 40 tipos de frutas, tem aproximadamente 8mm, é caracterizada bastante pela coloração amarela e um desenho em forma de “T “no abdômen. A larva da mosca da carambola penetra nos frutos, que apodrecem e caem, causando enormes prejuízos aos fruticultores e, consequentemente, ao Estado.
Outra forma de identificar a presença da mosca é por meio da larva, que apresenta um comportamento diferente em relação às larvas de outras moscas: “Quando você coloca a larva da mosca da carambola na palma da mão, ela dá uns pulinhos”, detalha a agrônoma Danielle Guinhazi, da Adepará Marabá, acrescentando que se trata de uma praga quarentenária.
Pragas quarentenárias são aquelas de importância econômica potencial para uma determinada área onde ainda não estão presentes. Ou, quando presentes, não se encontram amplamente distribuídas e estão sob controle oficial. Caso o produtor identifique em sua plantação a mosca da carambola deve, imediatamente, procurar a Adepará.
Em Almeirim e Breves a agência faz um trabalho de monitoramento e combate da praga para não deixar que ela se espalhe para o resto do Estado. O trabalho de controle se dá pela pulverização, com os inseticidas adequados; coleta dos frutos atacados e a destruição deles; e controle do trânsito. Ou seja, frutos daquela região, que são hospedeiros da praga, não podem transitar para o resto do Estado.
Entre as frutas atacadas pela mosca da carambola estão: abiu, acerola, ameixa roxa, caju, goiaba, laranja, limão caiena e manga, entre muitos outros (veja a ilustração), o que torna o número de hospedeiros da praga muito amplo.
“Nós tivemos um pequeno problema no final do ano passado, com a nossa produção de laranja, de Capitão Poço e com a de goiaba de Dom Eliseu. As cargas não podiam sair do Estado, não podiam ser vendidas para outras unidades da federação por alguns dias. O prejuízo foi enorme”, narra Danielle Guinhazi.
Porém, segundo ela, o Ministério da Agricultura veio ao Pará, fez uma auditoria para que fosse feita uma adequação dos procedimentos. A Adepará conseguiu cumprir as condicionantes impostas pelo ministério, fazendo monitoramento nos municípios que não têm a praga. No último dia 4 de março foi baixada outra resolução que o ministério determinou as áreas das quais os frutos podem sair do Estado do Pará.
Por Eleutério Gomes – de Marabá