A partir desta segunda-feira, 1°, trabalhadores da saúde pública dos 144 municípios paraenses devem estar mobilizados para intensificar as informações sobre o acesso aos serviços de diagnóstico e tratamento do câncer de mama, cujos índices de mortalidade têm diminuído no Pará, graças às edições do movimento popular denominado “Outubro Rosa”, de cunho internacional e aderido pelo Pará desde 2013.
O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação de células anormais da mama, que formam um tumor. Há vários tipos de câncer de mama. Alguns tipos têm desenvolvimento rápido enquanto outros são mais lentos.
Só no ano passado, 267 mulheres morreram no Pará em decorrência da doença – 20 a menos do que foi registrado em 2016. No entanto, o maior número de vítimas fatais foi registrado em 2015: 314 óbitos. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), trata-se do segundo tipo de câncer mais recorrente entre as mulheres residentes no Estado, perdendo somente para o câncer de útero. As estimativas para 2018 e 2019 no Pará chegam a 860 novos casos para câncer de útero e outros 740 para mama.
A respeito das internações por câncer de mama em hospitais do Estado, o número chegou a 386 entre janeiro e julho deste ano, segundo informações do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). No mesmo período de 2017, o quantitativo foi de 436 e, no decorrer do ano todo, 749 internações foram realizadas.
Em parecer técnico, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informa que as mobilizações em outubro são importantes para sensibilizar a população feminina sobre a importância dos exames de prevenção e rastreio dessas neoplasias malignas, pois, quanto mais cedo o câncer é descoberto, maiores são as chances de cura.
Em relação ao diagnóstico abrangendo exames de mamografia e biópsia de mama, a quantidade de procedimentos aumentou em escala proporcional aos resultados das mobilizações. Em 2015, foram realizados 54.936 procedimentos pelo SUS no Pará. No ano seguinte, subiu para 61.415 mamografias realizadas. Em todo o ano de 2017, foram feitas 58.449 mamografias. De janeiro a maio de 2018, foram realizados 31.625 procedimentos em todo o Estado.
Segundo informe do Inca, a idade é um dos fatores de risco para a doença, já que de quatro em cada cinco casos ocorrem após os 50 anos. Outras causas determinantes para o risco da doença são de natureza ambiental e comportamental, além dos associados a fatores genéticos e hereditários.
Em grande parte dos casos, quando o câncer de mama é detectado em fases iniciais se tem mais chances de tratamento e cura. Todas as mulheres, independentemente da idade, podem conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. A maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres.
Durante o autoexame, é possível verificar se há indício de alguns dos sintomas, como presença de caroço (nódulo) fixo, endurecido e, geralmente, indolor; pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja; alterações no bico do peito (mamilo); e pequenos nódulos localizados embaixo dos braços (axilas) ou no pescoço.
Para fazer o exame de prevenção ao câncer de mama no Pará, a mulher deve primeiramente procurar a Unidade de Saúde mais próxima de casa para que possa ser encaminhada, caso haja real necessidade, para um dos 28 locais com procedimento de mamografias, mantidos pelo SUS e/ou conveniados, espalhados em 15 municípios do Pará.
Entre esses locais, no interior do Estado destacam-se os serviços implantados de diagnóstico no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém; no Hospital Regional do Marajó, em Breves; nos Hospitais Regionais de Altamira e de Marabá, no Hospital Regional de Paragominas e na região sudeste, o tratamento é disponibilizado pelo Hospital Regional de Tucuruí.
Em Belém, onde se concentra o maior número de casos apontados pelas estimativas, os locais de referência são a Unidade de Referência Especializada Materno Infantil (Uremia), vinculada à Sespa, onde são feitas 40 mamografias por dia, em média, e na Casa da Mulher, mantida pela Secretaria de Saúde de Belém (Sesma).
O Sistema Único de Saúde (SUS) garante a oferta gratuita de exame de mamografia para as mulheres em todas as faixas etárias. A recomendação, por parte dos médicos, é que a avaliação seja feita antes dos 35 anos somente em casos específicos.
Para mulheres entre 50 e 69 anos, a indicação do Ministério da Saúde é que a mamografia de rastreamento seja realizada a cada dois anos. Esse exame pode ajudar a identificar o câncer antes do surgimento dos sintomas.
Para tratamento efetivo de câncer de mama pelo SUS no Pará, o serviço é oferecido gratuitamente em Belém, no hospital Ophir Loyola. Na região Oeste do Estado, o tratamento é oferecido pelo Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém. Na região sudeste, o tratamento é disponibilizado pelo Hospital Regional de Tucuruí.
O movimento internacional “Outubro Rosa” ocorre todos os anos em vários países e tem como principal objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Em geral, as mulheres e homens vestem roupas e acessórios na cor rosa e monumentos públicos e turísticos são iluminados para abraçar a campanha.