Um projeto que nasceu no Ministério Público Estadual e alcançou diversos parceiros chegou esta semana a cinco escolas municipais em Marabá. Denominado de “Quintal da Vovó”, ele foi implantado no Núcleo de Educação Infantil Maria Clara Machado e ainda nas escolas de ensino Fundamental Raimundinho, Doralice de Andrade Vieira, Ida Valmont e São José (zona rural).
O projeto visa à implantação de hortas nas escolas, fazendo com que os próprios alunos tenham contato com a terra, e aprendam a plantar e a cultivar alguns alimentos. A iniciativa prevê também o plantio de árvores nas áreas externas da escola.
A idealização e a apresentação do projeto ocorreram em outubro e novembro de 2017, quando as promotoras de justiça de Marabá Mayanna Queiroz e Josélia Leontina de Barros realizaram reuniões para a criação de um grupo com a responsabilidade de criar um projeto, visando resgatar o verde nas escolas públicas do município.
A parceria envolve representantes do MPPA, Secretária Municipal de Educação de Marabá (Semed), Secretaria Municipal de Agricultura (Seagri), Embrapa, Sebrae, Emater, com apoio da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa).
Segundo a promotora Mayanna Queiroz, a ideia do projeto surgiu como forma de fortalecer a merenda escolar, para que as escolas públicas sejam sustentáveis, produzindo parte de seu próprio alimento e saladas, dando mais condições nutritivas para as crianças. “Também objetiva envolvê-las nas questões ambientais, com hortaliças e árvores frutíferas. O nome surgiu em comum acordo e visa resgatar a influência de nossos avós na produção de hortaliças nos quintais de casa. Aliás, os estudantes serão incentivados a motivar os pais a fazer isso”, explica a promotora.
Motivada, Mayanna Queiroz revela que outras escolas estão sendo escolhidas e ainda este ano o projeto será levado para essas comunidades. “Queremos que o “Quintal da Vovó” chegue a outros municípios da região e do Estado como exemplo de boas práticas na relação entre o MP e outros órgãos das esferas municipal e estadual”.
Leonardo Araújo da Silva, servidor da Semed e engenheiro agrônomo, explica que o secretário de Educação, Luciano Dias, recebeu com muito entusiasmo a ideia do projeto do Ministério Público e colocou uma equipe à disposição para que ele se tornasse realidade. “Juntos, todos os parceiros, fomos modelando um projeto que contemplasse a parte lúdica, de educação ambiental, aproveitamento de resíduos e sustentabilidade”, conta Leonardo.
Ele destaca também que ficou definido que a horta não ficaria isolada em cada escola, mas que se tornaria um combo da sala de aula, gerando várias aulas atrativas.
Em cada escola foi escolhido um conselho do meio ambiente, coordenado por um servidor que tenha afinidade com a atividade e com participação também de pais e alunos que tenham interesse.
EXPERIÊNCIA DA UNIFESPPA
Leonardo revela que foi buscar a experiência que o colega engenheiro agrônomo Igor Vinícius de Oliveira, servidor da Unifesspa, tinha com hortas orgânicas no interior da universidade e o convidou para ajudar a implantar o “Quintal da Vovó” nas escolas.
Igor conta que a Reitoria de Extensão da Unifesspa lançou um programa de bolsas de extensão, e foi através dele que aprovou um projeto, com o qual selecionou dois bolsistas do curso de Agronomia, que associam o conhecimento da academia com a prática. “Mantemos uma horta na universidade, com minhocário, e desenvolvemos outras ações. Nas escolas, os dois bolsistas auxiliam com palestras educativas para os estudantes. Com as hortas nas escolas, a gente está trazendo segurança alimentar para as pessoas, porque não usamos produtos químicos”, diz.
Na visão de Igor, a horta é uma sala de aula a céu aberto, onde os professores podem ministrar aulas de ciências, matemática, entre outras, estimulando a responsabilidade dos alunos.