O Ministério Público Federal conseguiu a condenação de grupo especializado em cibercrime a mais de 22 anos de prisão. Clientes goianos da Caixa Econômica Federal sofreram desfalques de até 20 mil reais em oito ações criminosas encabeçadas por Antônio Carlos da Silva Diniz e Paulo Monteiro da Silva.
Além dos dois, estiveram envolvidos mais quatro “laranjas”: Júlio Alves, Leonardo Pereira, Marcelo Flores e Joberth Alves. Por furto, agravado pelo concurso de pessoas e crime continuado, Antônio Carlos da Silva Diniz foi condenado a sete anos e dois meses de prisão em regime fechado. Já Paulo Monteiro pegou cinco anos e quatro meses de prisão também em regime fechado.
Os “laranjas” foram condenados cada um em dois anos e dois meses de reclusão. Porém, pela menor gravidade do crime praticado, tiveram as sanções substituídas pela pena pecuniária de um salário mínimo à instituição filantrópica e 880 horas de serviços comunitários.
O modus operandi do grupo consistia no envio de e-mails infectados com o “vírus” de coleta de senhas, transferências de recursos para contas “pontes” e saques com cartões adquiridos de laranjas. O condenado Antônio Carlos da Silva era o responsável por espalhar o “vírus” pela internet.
Uma vez o computador da vítima infectado, todas as informações acessadas eram remetidas ao criminoso. Dispondo das contas bancárias e das senhas, Antônio Carlos transferia valores que variavam de mil a 4 mil reais para as contas “pontes”.
Paulo Monteiro recolhia os cartões dos “laranjas” para efetuação os saques. Para tanto, pagava 50 a 100 reais para os donos de tais contas. Tanto Paulo quanto Antônio Carlos confessaram o crime à Justiça. Em depoimentos, são demonstrados como o esquema funcionava. “Eu tinha que sacar, chegava uma pessoa com um bando de cartão pra mim”, confessa Paulo.
“A minha participação foi o seguinte: o Vilmo (não citado no processo) me procurou com a promessa de me passar um programa (“vírus”). No entanto, ele queria que eu arrumasse uns cartões pra ele, pra que fizesse umas transferências”, explica Antônio Carlos.
Em reportagem de capa desta semana, a revista Veja traz uma radiografia dos cibercrimes no Brasil. De acordo com a reportagem, o país é o quarto do mundo mais contaminado por programas que furtam senhas. Só no primeiro trimestre deste ano, já foram 218 mil ocorrências de fraudes, invasões e tentativas de invasões sofridas por internautas brasileiros.
Assessoria de Comunicação
Procuradoria da República em Goiás
Ministério Público Federal
1 comentário em “MPF consegue condenação de mais de 22 anos para cibercrime”
É seria muito bom se todos começassem a ser condenados, assim talvez nossa cidade deixaria de ser vista la fora da forma que é… (cidade dos hackers), coisa que eles nem são, pois a maioria sabe mal manosear um computador, na verdade são usuários de sistema pronto.