Durante a realização do Fórum Social de Carajás, entre 25 e 26 de janeiro no município de Parauapebas, 120 pessoas de vários cantos do mundo devem participar do lançamento da pedra fundamental do Instituto Latino-Americano de Agroecologia. Em especial jornalistas estrangeiros.
O lançamento está previsto para ocorrer na amanhã do dia 26, no projeto de assentamento Palmares. Aleida Guevara, José Bové, ambientalista francês e Mônica Baltodano, militante nicaraguense devem prestigiar o evento.
PROTOCOLO DE INTENÇÕES
50 hectares do projeto de assentamento Palmares, localizado no município de Parauapebas, fazem parte do protocolo de intenções assinado ano passado para a construção da estrutura física do Instituto.
A construção do Instituto integra a agenda de ação da Via Campesina no sentido da construção de um modelo de educação libertadora. A iniciativa tem como inspiração as experiências já existentes na Venezuela e no município de Lapa, no Paraná.
O protocolo foi assinado em 2008 quando da visita do presidente da Venezuela, Hugo Chavez ao Brasil. O documento foi celebrado entre o governo venezuelano, o governo do Pará, a prefeitura de Parauapebas e o MST.
O Instituto de Agroecologia será dedicado ao bioma Amazônia, esclarece Ulisses Manaças, militante do MST no Pará e membro da coordenação nacional.
A princípio a prioridade é dedicar o espaço a filhos e filhas de camponeses dos nove países que integram a Pan–Amazônia. Manaças informa que com o decorrer do planejamento haverá aprofundamento do diálogo com as universidades locais.
MAIS ESCOLA
Uma outra iniciativa no campo da educação é a Escola Agrotécnica a ser construída também num projeto de assentamento do MST, o 26 de Março. O PA foi criado após quase uma década de ocupação da fazenda Cabaceiras, no município de Marabá, sudeste do Pará.
A presente fase descortina uma nova etapa do processo de luta pela terra na região considerada uma das mais tensas do país.
Se nas décadas de 1970 e 1980 a inquietação camponesa se concentrava na conquista da terra, o instante vivido indica um cenário de preocupação sobre o modelo de desenvolvido a ser o orientador da agricultura camponesa na região, a agroecologia.
A escola é a primeira estrutura a ser erguida quando do processo de ocupação de um latifúndio. Com isso milhares de pessoas conseguiram sair do analfabetismo e mesmo chegar a um curso superior.
Tais ações do campo da educação nunca são pautadas pela imprensa considerada grandalhona.
Novidade? Ainda na década de 1980 uma associação entre a Universidade Federal do Pará (UFPA) e alguns sindicatos de trabalhadores rurais da região deu vida ao Centro Agro-Ambiental do Tocantins (CAT).
O CAT pode ser considerado como o embrião da Escola Família Agrícola (EFA), com sede em Marabá. A EFA adota a metodologia da alternância, onde os períodos na escola são divididos com a vivência no campo. O professor Jean Hébette, com mais de 30 anos de pesquisa na região foi um dos protagonistas da experiência.
Fonte: Furo