Durante nove noites, a partir do dia 23 de junho, o Largo da Santa Rosa, na Velha Marabá, será palco do tradicional Festejo Junino, maior festa cultural da cidade. Em sua 36ª edição, o evento vai distribuir mais de R$ 1,1 milhão aos grupos participantes, mas uma mudança no regulamento não agradou a todos os líderes juninos.
A novidade deste ano é que a eleição dos campeões de cada categoria será definida em uma única apresentação de cada grupo junino. Em seguida, haverá três dias com apresentação dos cinco melhores de cada categoria. Anteriormente, aconteciam eliminatórias, e as finais do Grupo A e B, entre quadrilhas e bois-bumbás, nos dias subsequentes.
A maioria dos representantes dos grupos juninos, durante reuniões preliminares, aprovou a proposta de mudanças. Mas não é o caso de Ademar Gomes Dias, o Ademar da Santa Rosa, coordenador da Quadrilha Fogo no Rabo há 35 anos. Ele não concorda com a mudança, mas observa que foi voto vencido na decisão sobre a dinâmica da competição. “Após a definição da maioria, precisamos abraçar a decisão tomada por todos. A gente espera que dê tudo certo, mas temos medo por ser uma tradição antiga, que já vai fazer 36 anos,” esclarece.
Jean Souza, coordenador da Esplendor Junino, ressalta que esta é uma inovação, e que não sabe qual será a opinião dos brincantes, “porque estamos acostumados com a euforia da final”.
A presidente da Liga Cultural de Marabá (LICMAB), Sebastiana da Silva Santos, avalia que a mudança da dinâmica do concurso foi bem aceita entre as juninas, após muitas conversas. “Nos reunimos e decidimos que seria apenas uma apresentação e a partir dela seria escolhido o top 5 de melhores pontuadas”, afirma.
O festejo junino contará com o apoio financeiro de R$350 mil da Equatorial Energia, por meio da Lei Semear (lei de incentivo à cultura do estado do Pará), para que a LICMAB possa subsidiar os grupos culturais que se apresentarão. A assinatura simbólica do termo de compromisso do patrocínio foi realizada nesta quarta-feira (7) e teve a participação do presidente da Fundação Cultural do Pará, Thiago Miranda.
O convênio vai beneficiar cerca de 2.500 produtores culturais membros dos grupos e coletivos culturais, permitindo o pagamento de cachê para 29 grupos culturais – cinco grupos de bois bumbás, oito quadrilhas juninas mirins, sete juninas adultas do grupo B e nove juninas adultas do grupo A.
O secretário de Cultura de Marabá, Genival Crescêncio, explica que esse patrocínio colabora bastante para que as juninas possam oferecer um espetáculo ainda melhor.
“Toda soma é bem-vinda para enaltecer ainda mais o trabalho dos nossos agentes e produtores culturais aqui da cidade. A junina tem um custo muito alto com os adereços, com as indumentárias, então é um valor que vem somar ainda mais, para que o evento possa ser engrandecido,” ressalta.