Uma mulher andarilha e aparentemente com distúrbios mentais está causando alvoroço na população jacundaense desde a noite de ontem (terça-feira). Nas redes sociais, ela é o principal assunto. A mulher tem sido alvo de discriminação, principalmente acusada de agressividade, mas tem recebido apoio de alguns internautas. Até o fechamento desta matéria não havia registro de atos violentos praticados por ela.
A Reportagem entrou em contato com o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Jacundá. A enfermeira e coordenadora do centro, Andressa Gusmão, explicou que a primeira providência quando um paciente apresenta quadro clínico de surto é acionar o Corpo de Bombeiros ou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para imobilizar e encaminhar a paciente para uma unidade de saúde com atendimento especializado. Neste caso, Tucuruí e Belém contam com esse serviço.
“Em relação à paciente andarilha, nós agimos após estabilização do quadro de surto, o qual ela apresenta neste momento. Aqui oferecemos atendimento ambulatorial”, explica. Sobre os comentários discriminatórios que a mulher tem sofrido nas redes sociais, a enfermeira esclarece que “a população deve entender que se trata de um ser humano com sérios problemas mentais”.
Em relação à identidade da mulher, a enfermeira informou que nada consta sobre sua origem. “Não sabemos também o que a levou a esse estado clínico, se álcool, droga, trauma, violência”.
“Boa noite galera eu acabei de ver aquela mulher na frente do Bahia. Ela tá com a parte de cima do biquíni e de short. Aquela morena que anda de pé nas estradas, anda quebrando tudo onde entra. Mande para mais grupos pro povo tomar cuidado com portas abertas e com os seus filhos na rua”, diz uma mensagem publicada e compartilhada pelo WhatsApp na noite de terça-feira.
Outra publicação traz o seguinte: “olha aí gente …. A negona que andava pelada pelas BR …. agora está em Jacunda kkk Cuidado segundo informações ela é brava …. E doida tbm né pq andar pelo mundo pelada”.
“Os transtornos dessa natureza não têm uma causa única e nem escolhem a quem afetar. Todos nós, sem exceção, estamos sujeitos a um desequilíbrio emocional dessa natureza e, dependendo da forma como lidarmos com ele, podemos sair da crise ou desenvolver uma doença mental grave”, conclui o enfermeiro Ailton Lima.