Um mariticídio aconteceu na noite de ontem, segunda-feira (3), na Rua Ruy Barbosa, Bairro Guanabara, em Parauapebas. Era pouco antes de 19h quando, ao chegar de viagem com a filha, uma menina de dois anos de idade, Jéssica Teixeira Pereira matou, com uma certeira facada no peito, o marido Otiniel Cunha Barata, 32 anos, o “Nico do Açaí”. O crime se deu em meio a uma discussão cujo motivo até o momento é desconhecido. Após o assassinato, a mulher pegou a filha e fugiu em uma mototáxi. A Polícia Civil investiga para saber o paradeiro de Jéssica e prendê-la.
O assassinato foi registrado pelo primo de Otiniel, Márcio Andrade do Nascimento Barata. Ele conta que os dois, mais um amigo, estavam tomando cerveja e jogando sinuca na tarde de ontem, enquanto Otiniel aguardava a hora em que Jéssica chegaria de Moju, para buscá-la e à filha no terminal rodoviário.
Jéssica havia ido àquela cidade para os funerais e uma tia e também para visitar a mãe. Na hora marcada, o amigo que estava bebendo com os primos, se dispôs a ir com Otiniel, de carro, buscar a mulher no terminal.
Ao chegarem à casa do casal, segundo Márcio, Jéssica já desceu do carro com a cara emburrada e mal falou com ele, entrando, em seguida, com o marido no imóvel, iniciando uma discussão. “Eles começaram a discutir e eu ouvi uns barulhos estranhos, resolvi entrar na casa e Jéssica estava com uma faca de açougueiro na mão. Meu primo, então, me pediu para sair e disse que logo voltaria lá para fora com a gente”, conta Márcio, que saiu da casa.
Cerca de cinco minutos depois, ainda segundo ele, Jéssica gritou por socorro. Márcio conta que entrou na casa novamente e viu o primo no chão, ensanguentado, enquanto Jéssica, desesperada gritava: “Matei meu marido. Por favor, me ajuda, matei meu marido”. Logo depois, pegou a filha no colo, saiu para a rua, chamou uma mototáxi que passava e fugiu.
Márcio e o amigo colocaram Otiniel em um carro e o levaram ao Hospital Municipal de Parauapebas, onde os médicos o operaram e, durante quatro horas tentaram salvar-lhe a vida. Mas, Otiniel sofreu três paradas cardiorrespiratórias e morreu por volta da meia-noite. “Os médicos explicaram que a facada atingiu o coração e o pulmão”, contou Márcio Barata, lembrando que o primo certamente “não acreditou que a mulher fosse capaz” de esfaqueá-lo.
Segundo ele, Otiniel Cunha Barata estava em Parauapebas, onde trabalhava com venda de açaí, havia seis anos, era muito benquisto com a vizinhança e outras pessoas do bairro e estava guardando dinheiro para em ampliar a casa e comprar um carro, “tudo para dar mais conforto à mulher e à filha”. O corpo de Otiniel está sendo trasladado para Moju, de onde ele é natural, para sepultamento.
Por Eleuterio Gomes – de Marabá