Exatos 2.862 postos de trabalho líquidos foram criados no sudeste do Pará entre janeiro e maio deste ano, conforme levantou de maneira exclusiva o Blog do Zé Dudu a partir de dados ajustados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia. Foram geradas no período 35.100 oportunidades, ao passo que 32.238 pessoas foram demitidas, e o saldo foram esses quase 3.000 trabalhadores.
O número é celebrável, porém não é suficiente para colocar o sudeste do Pará entre as mesorregiões mais badaladas do país quando o assunto é empregar. Isso porque apenas um município (Parauapebas) concentra mais de 60% do saldo de vagas. Por outro lado, o desempenho da Região Metropolitana de Belém (que contratou 50.824 e demitiu 54.354) é o 10º pior do país entre 137 mesorregiões.
Às vésperas da divulgação do Caged de junho, o Blog compilou de forma inédita o panorama dos empregos com carteira assinada nos 39 municípios que compõem a mesorregião, detalhando a quantidade de admissões, demissões e o principal: o saldo líquido de oportunidades formais.
Parauapebas e Marabá no topo
Uma de cada três ou quatro contratações na região foi registrada em Parauapebas, maior produtor nacional de minério de ferro. O município assistiu à admissão de quase 10 mil trabalhadores e, descontadas as demissões, ostenta saldo líquido de aproximadamente 1.800 pais de famílias adicionados ao estoque do mercado de trabalho. É um dos melhores resultados do país no período, conforme já noticiado pelo Blog (veja aqui).
Marabá também responde por um volume considerável de admissões (mais de 6.100) e por um desempenho muito bom no saldo final (640) nos cinco primeiros meses deste ano. Além dele, Redenção (cerca de 2.700), Paragominas (cerca de 2.600), Canaã dos Carajás (cerca de 2.000), Xinguara (cerca de 1.400) e São Félix do Xingu (cerca de 1.000) também apresentam bons números de ingresso no mercado de trabalho e saldo positivo — exceto Xinguara, com quase uma centena de demitidos no saldo final.
Tucuruí afogado em lágrimas
Os municípios em maus lençóis, no tocante à geração de empregos formais, são Dom Eliseu, Tucumã e Tucuruí. Os três contrataram menos do que demitiram e apresentaram resultado acumulado a partir de 100 demissões, um número estarrecedor para as situações locais. Em Dom Eliseu, por exemplo, foram cerca de 400 contratações ante mais de 550 demissões, enquanto Tucumã contratou aproximadamente 750 e demitiu mais de 850.
Tucuruí — que, por sua hidrelétrica, já foi um dos municípios brasileiros que mais geraram empregos no país — hoje vive clima de derrota, afogado no vale de lágrimas do silêncio sepulcral de números em seu mercado de trabalho celetista, com volume minguado de movimentações, levando um banho de municípios menos populosos, como Xinguara e Canaã dos Carajás, e pior: injetando novos ociosos à sociedade local. Não há perspectiva de mudança.
Confira o desempenho (admissões, demissões e saldo líquido) de cada um dos municípios do Sudeste Paraense!