Em uma década, o Pará ampliou sua participação na construção civil da Região Norte de 33,9% para 52,9%. É o que revela a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic) divulgada nesta sexta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em todo o Brasil, o setor gerou R$ 325,1 bilhões em valor de incorporações, obras e ou serviços em 2020. Naquele ano, o país tinha aproximadamente 132 mil empresas de construção, que empregavam 2 milhões de pessoas.
No Pará, obras públicas tocadas pelas prefeituras de Parauapebas, Canaã dos Carajás e Marabá, bem como pelo Governo do Estado, foram as responsáveis por alçar a maior economia da Região Norte ao posto imbatível de gerador de receitas e postos de trabalho com carteira assinada na indústria da construção no decorrer da década passada.
Outro destaque foi o estado do Amazonas, que, segundo a pesquisa, ampliou participação de 19,7% para 23,9% no setor no período entre 2011 e 2020. Na contramão, o destaque negativo tanto na Região Norte quanto no Brasil é Rondônia, cuja participação caiu de 27,6% para 6,9%, em razão do fim das obras das grandes hidroelétricas do Rio Madeira. O Tocantins também encolheu, passando de 8,6% para 7,4%.
Cenário atual é diferente
Este ano, em razão da alta nas demissões na construção civil em Parauapebas, que vinha sendo um dos campeões do Brasil de empregos no setor até novembro do ano passado, o Pará amarga perda de 1.265 postos de trabalho com carteira assinada na construção, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Ainda assim, o estoque de empregos no estado é de quase 77 mil postos.
De janeiro a abril, segundo o Caged, a construção fechou 2.700 oportunidades com carteira assinada em Parauapebas, sendo ela a cidade que mais demite nesse setor da economia, com muito mais que o dobro de desligamentos frente o segundo colocado, São Luís (MA), que registra aproximadamente 1.200 demissões.