Brasília – O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), ficou irritado quando soube do anúncio, feito na terça-feira (20), pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de um acordo fechado com o governo de São Paulo, de João Doria (PSDB), para a compra de 46 milhões de doses da Coronavac, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela biofarmacêutica chinesa Life Science Sinovac e que será produzida no Brasil em parceria com o Instituto Butantan até o final de 2020.
“Não compraremos a vacina da China”, disse Bolsonaro a uma apoiadora numa rede social que pediu ao presidente a demissão do ministro. “Tudo será esclarecido ainda hoje. Não compraremos a vacina da China”, garantiu o presidente.
O anúncio sobre a vacina da China ocorreu um dia após o presidente Jair Bolsonaro fazer duras críticas a Doria, afirmando que ele “estaria pensando em tudo, menos na saúde do próximo”.
Reação
A declaração de Bolsonaro foi dada para ministros e aliados pelo WhatsApp. A confirmação foi feita pelo deputado federal Otoni de Paula (PSC-RJ), que recebeu uma mensagem do presidente.
“Alerto que não compraremos vacina da China. Bem como meu governo não mantém diálogo com João Doria sobre covid-19”, afirmou o presidente.
Ontem (20), o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou, em reunião com governadores, que o governo federal compraria 46 milhões de doses da vacina chinesa e que a imunização começaria já em janeiro de 2021. Também, em vídeo divulgado nas redes sociais pelo governador tucano de São Paulo, João Doria, Pazuello afirmou que a vacina chinesa seria a “vacina brasileira”.
Outro apoiador, que se identificou como Alvaro Fenando, disse a Bolsonaro: “Presidente, a China é uma ditadura, não compre essa vacina, por favor. Eu só tenho 17 anos e quero ter um futuro, mas sem interferência da Ditadura chinesa.”
Em resposta, o presidente postou: “Alvaro Fernando não será comprada.”