“Não se pode flexibilizar a lei”, alerta superintendente de Polícia Civil

Delegada Simone Felinto faz discurso duro sobre longa polêmica do horário de fechamento de bares em Marabá

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Cerca de duas semanas depois de retornar ao cargo de superintendente de Polícia Civil do Sudeste, a delegada Simone Felinto foi contundente ao apresentar sua opinião em relação ao horário de fechamento de bares e similares em Marabá, tema que se arrasta há cerca de quatro anos e não há pacificação.

O discurso foi durante uma ampla reunião ocorrida na quinta-feira da última semana, dia 10, na Câmara Municipal de Marabá, em que músicos e donos de bares discutem com os vereadores menos rigor na fiscalização do segmento. A delegada lembrou que esteve no Poder Legislativo há três anos para discutir a mesma questão e não acredita que até hoje o assunto não esteja pacificado. “Não estamos aqui para quebrar a economia, mas fortalecer. Se acham que há excesso por parte de alguns policiais na fiscalização, como são agentes públicos, há órgãos de controle, como a Corregedoria da Policia Civil, além do Ministério Público, para punir o servidor que exceder”.

A delegada salientou que as ações dos órgãos de segurança, como abordagem em estabelecimentos, não são feitas de forma aleatória e revelou que toda quarta-feira é realizada reunião entre representantes das forças de segurança, inclusive de forma itinerante, para discutir as ações executadas e planejar as seguintes. “Avaliamos o final de semana que passou e planejamos o próximo. Não estamos brincando com segurança pública. Os números não são tudo, mas representam bons indicadores de trabalho desenvolvido”, disse ela, revelando que a partir de fevereiro deste ano os índices de assassinato caíram bastante em Marabá em função da ação mais rigorosa com fechamento de bares mais cedo do que horário costumeiro.

Sobre a legislação ambiental, que determina controle em relação ao volume de som, por exemplo, a delegada foi contundente e advertiu que “não se pode flexibilizar a lei” e cabe ao agente cumprir seu papel, mesmo que tenha de multar ou fechar um estabelecimento.

Segundo ela, o maior número de queixas nas delegacias, atualmente, diz respeito à poluição sonora, principalmente aos finais de semana. “É o número 1 do Disque Denúncia em Marabá, não apenas relacionados a bares, mas também música alta que os vizinhos colocam e prejudicam outras pessoas”, disse ela, ponderando, contudo, que não são todos os estabelecimentos que causam poluição sonora na cidade.

Por fim, a delegada afirmou que seu desejo é que a nova legislação municipal, que está tramitando na Câmara, estabeleça horários, zonas em que podem ser realizadas festas, para que os músicos tenham condições de trabalhar e a fiscalização exerça seu papel.

Fortalecendo o discurso da colega delegada, o coronel Franklin Roosevelt reforçou que as polícias trabalham integradas e, por conta disso, houve diminuição de crimes e roubos nos últimos meses. Para ele, o fechamento de bares tem, sim, a ver com diminuição de crimes na comunidade. “Pesquisas mostram que 80% dos homicídios ocorrem na madrugada. Precisamos de uma legislação firme, que estabeleça esses horários, para que proprietários de bares tenham ciência que vão começar em um horário e terminar em outro, sem polêmica”.

Segundo o comandante do 4º BPM, os homicídios caíram 65% de janeiro para fevereiro deste ano em Marabá e as operações realizadas permanentemente ajudam a coibir “atitudes antissociais que venham de encontro ao Código Penal. Claro, precisamos de políticas públicas para os jovens, mas essa é outra questão”.

 Ulisses Pompeu – de Marabá

1 comentário em ““Não se pode flexibilizar a lei”, alerta superintendente de Polícia Civil

  1. José Luiz Gomes de Souza Responder

    Prezado DEPUTADO, V.Sas., demonstrou não saber nada do Estado do Pará, pra seu conhecimento nosso Estado tem as maiores usina de energia do Brasil, é o maior produtor de cacau, em breve vai ter a maio malha ferroviária, temos um Porto na cidade de Barcarena que é estatisticamente mais próximo do exterior, somos o maior produtor de vários minérios inclusive o Au, o segundo em produto agropecuário, maior produtor de açaí, e em breve seremos um grande produtor de Soja.
    Como você vê não sabe nada do Pará.
    Quando não sabe o que falar, o melhor é o silêncio.

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