No combate ao crime organizado, PC prende cerca de 100 faccionados dentro e fora do estado

Em um ano de ações intensivas, várias operações foram realizadas, que resultaram na prisão de líderes de facções criminosas que agem no estado. Segundo a PC, algumas células dessas organizações foram desmanteladas
Operação “Medusa” prendeu 13 membros de facção criminosa que agiam no Pará

Continua depois da publicidade

Em um trabalho intensivo no combate ao crime organizado, a Polícia Civil do Pará já prendeu, em um ano, cerca de 100 integrantes de facções criminosas que vinham agindo no estado, responsáveis por diversos crimes. Segundo a Polícia Civil, algumas células dessas organizações criminosas foram completamente desmanteladas no Pará, com a prisão dos cabeças dessas facões.

Os dados da PC, divulgado nesta terça-feira (14), mostram que ações realizadas, desde o início da atual gestão estadual, fizeram cair o índice de criminalidade no estado, que antes ocupava o topo da violência no país. O dado positivo, diz o delegado-geral Walter Resende, é resultado do trabalho conjunto dos órgãos de segurança e o investimento feito pelo governo em tecnologia e melhoria da infraestrutura do setor de Segurança Pública no estado.

Ele aponta que a estratégia eficiente tem refletido diretamente na redução de crimes como homicídios, roubos e tráfico de drogas, assim como a prisão de membros de facções criminosas. “Nós atuamos em todos os tipos de crimes: do furto na esquina, passando pela investigação de mortes, até o roubo de grandes valores. Entretanto, com base no nosso Núcleo de Inteligência Policial (NIP), estamos investindo fortemente na investigação e prisão dos cabeças desses crimes. Essas pessoas são as que comandam o tráfico de drogas, as execuções de agentes públicos, entre outros crimes de grande potencial. Desta forma, agindo por cima, estamos conseguindo combater delitos em todas as esferas e economizando o erário público”, destaca o delegado-geral.

O delegado destaca que o NIP, através do Grupo de Trabalho de Combate a Facções Criminosas (GTF), em uma primeira etapa, iniciou o levantamento das ações e responsáveis por crimes cometidos contra a população paraense. Em um ano de trabalho intenso, cerca de 100 faccionados foram retirados da liberdade.

Desse total, 12 eram conselheiros finais e tiveram suas organizações criminosas desmontadas no Pará. A primeira grande ação aconteceu há um ano. À época, foi deflagrada a “Operação Cabeças I”, que teve como resultado a prisão de quatro pessoas apontadas como chefes de uma associação criminosa.

Ainda nesta etapa da operação, um dos alvos revidou a prisão, trocou tiros com os agentes da PC e acabou morrendo. Apesar dos crimes investigados terem acontecidos no Pará, as prisões foram feitas em quatro estados: Goiás, Minas Gerais, Amazonas e Santa Catarina.

Segundo delegado titular do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil, delegado Temmer da Cunha Khayat, morar em outro estado é uma estratégia dos criminosos, mas isso não é barreira para a Polícia Civil do Pará. “Nós fazemos o monitoramento das facções que se instalam ou tentam se instalar no Pará. Ocorre que a maioria das pessoas que estão à frente das organizações criminosas é foragida da Justiça. Eles têm mandados de prisão em aberto, em virtude de condenações, de inquéritos com prisão preventiva decretada. E, em razão disso, evadem-se do nosso estado. Procuram outras localidades da federação para se abrigar, geralmente com identidades falsas, e tentam viver normalmente. Mas, à distância, passam as diretrizes de atuação e o comando para criminosos no Pará“, explica o delegado.

Dentro desse trabalho de investigação, em julho deste ano foi dado mais um golpe na desarticulação do mundo do crime no Pará, com a realização da Operação “Medusa”. A operação envolveu a Diretoria de Polícia Especializada, por meio da Divisão de Homicídios (DH/DHAP) e Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO/DRFC), e a Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), além do apoio da Polícia Civil dos estados do Rio de Janeiro e Santa Catarina.

No Pará, as diligências foram realizadas em Belém e Ananindeua, na Região Metropolitana. “Nesta importante operação, nosso foco centralizou na captura de pessoas que estavam por trás da morte de agentes da segurança pública. Por meio de uma força-tarefa, conseguimos identificar e localizar esses indivíduos, que ceifaram a vida de pelo menos 25 trabalhadores. Com a ajuda inerente da Justiça, conseguimos mandados de prisão e busca e apreensão”, infirmou Walter Resende.

Doze pessoas foram presas no dia “D” da Mega Operação. Em agosto, o 13° alvo, que estava foragido, foi localizado e preso na cidade de Palhoça, município que fica a 30 quilômetros de Florianópolis, capital de Santa Catarina.

Com essas ações, segundo a PC, caíram os índices de criminalidade no estado. Desde 2010, julho foi o mês com menor registro de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), em comparação aos demais meses. Foram 153 casos de CVLI, que englobam homicídio, latrocínio e lesão corporal seguida de morte, superando, inclusive, meses em que havia restrições de circulação em via pública e proibição de funcionamento de estabelecimentos comerciais durante o período mais grave da pandemia de Covid-19.

No período anterior a 2019, entre 300 e 400 paraenses perdiam a vida em um único mês, vítimas da violência. Segundo a Polícia Civil, o resultado positivo reflete a presença policial nas ruas e o trabalho integrado de todas as forças de segurança pública.

Tina DeBord – com informações da PC