Em 22 de maio é comemorado o Dia do Apicultor, data que homenageia aqueles que atuam na produção de mel. Em Marabá e região, há muitas histórias doces marcadas pelo empreendedorismo sustentável, que recebem o reforço de entidades como Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater) e das suas respectivas prefeituras.
O produtor David Magno da Silva, do núcleo São Félix, em Marabá, começou recentemente a produção de mel e já comemora os resultados. “É uma experiência muito boa, porque quando eu vi o procedimento, como é que é feito, eu me apaixonei. Gostei demais porque a minha irmã, meu cunhado, meu primo, todos já mexem. Aí eu me encantei com o trabalho, e resolvi pegar pra mim. Vi o curso que estava disponível, aí eu rapidamente me inscrevi e vim participar para adquirir conhecimento, para pôr em prática,” relata.
“É pouco, mas é o começo“
É o caso de Maria Nilza Lopes, produtora rural de Nova Ipixuna. Segundo ela, os treinamentos e oficinas realizados pelos órgãos ligados à agricultura incentivaram a produção de mel em sua comunidade.
“A gente fez esse curso e começamos a botar em prática. Está dando certo e a gente está produzindo, não em grande escala, mas em pequena escala. A gente mexe com a agricultura familiar e vai incrementando essa transição. Uma coisa vai levando a outra e a gente está aí, já comercializando. Hoje produzimos cerca de 25 litros por ano; é pouco, mas é o começo,” conta.
Segundo Marcos Paulo Eleres, engenheiro florestal da Secretaria Municipal de Agricultura de Marabá, atualmente há 120 produtores cadastrados no órgão, porém existem mais de 400 produtores em atividade na região, tornando o município um centro de produção de mel no estado.
Estimulada pelo Ministério Público Estadual, a família Pinon, de Breu Branco, decidiu levar abelhas-sem-ferrão para a escola do filho mais velho, Luiz Mário, com o objetivo de ensinar a cuidar dos pequenos insetos voadores e ainda como um esforço em oferecer educação empreendedora para os estudantes do ensino médio.
Para isso, houve um diálogo com a direção da Escola Estadual Marci Sebastião Nunes, localizada na comunidade de Placas, mas foram estabelecidas também parcerias com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Marabá, a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio), Embrapa, entre outros.
Na última segunda-feira (20), a Escola Marci Nunes recebeu seu meliponário com as abelhas-sem-ferrão, que serão cuidadas pela comunidade escolar. “A ideia é que essa prática sustentável se transforme em uma fonte de renda alternativa para os pequenos produtores rurais da região de Placas, que podem integrá-la aos plantios florestais. Os alunos vão entender que a manutenção das abelhas é essencial para a gente se alimentar,” explica Alexssandra Mardegan, titular da Promotoria Agrária da Região de Marabá, entusiasta do projeto da família Pinon.
Ela reconhece que a iniciativa não chega à escola em caráter experimental, porque já está consolidado na propriedade dos Pinon e de outras oito famílias desta região. “A bioeconomia é fundamental nos tempos atuais e vocês têm oportunidade de crescer com essa mentalidade de empreendedorismo sustentável,” resume.
As abelhas estão voando, também, em direção ao Instituto Federal do Pará (IFPA) de Tucuruí, onde a direção pretende incentivar os alunos a cultivar abelhas-sem-ferrão e a produzir mel em suas propriedades, com apoio de Rubeci, a esposa Carmélia e os filhos Luiz Mário e Maria Eduarda.