Comentário recebido relata as dificuldades encontradas para o cumprimento de uma “missão divina” no Estado do Pará:
Um dia, o Senhor chamou Noé que morava em PARAUAPEBAS e ordenou-lhe:
– Dentro de 6 meses, farei chover ininterruptamente durante 40 dias e 40 noites, até que o Pará seja coberto pelas águas. Os maus serão destruídos, mas quero salvar os justos e um casal de cada espécie animal. Vai e constrói uma arca de madeira.
No tempo certo, os trovões deram o aviso e os relâmpagos cruzaram o céu. Noé chorava, ajoelhado no quintal de sua casa, quando ouviu a voz do Senhor soar furiosa, entre as nuvens:
– Onde está a arca, Noé?
– Perdoe-me, Senhor suplicou o homem. Fiz o que pude, mas encontrei dificuldades imensas:
– Primeiro tentei obter uma licença da Prefeitura , mas para isto, precisa ter prefeito, além das altas taxas para obter o alvará, me pediram ainda uma contribuição para a campanha para eleição do prefeito do PT.
– Precisando de dinheiro, fui aos bancos e não consegui empréstimo, mesmo aceitando aquelas taxas de juros … O Corpo de Bombeiros exigiu um sistema de prevenção de incêndio, mas consegui contornar, subornando um funcionário.
– Começaram então os problemas com o IBAMA e a SEMA para a extração da madeira.
– Eu disse que eram ordens SUAS, mas eles só queriam saber se eu tinha um “Projeto de Reflorestamento ” e um tal de “Plano de Manejo “. Cujo quais levam aproximadamente de 02 a 03 anos para ser aprovados.
– Neste meio tempo ELES descobriram também uns casais de animais guardados em meu quintal.
– Além da pesada multa, o fiscal falou em “Prisão Inafiançável ” e eu acabei tendo que matar o fiscal, porque, para este crime, a lei é mais branda.
– Quando resolvi começar a obra, na raça,apareceu o CREA e me multou porque eu não tinha um Engenheiro Florestal para retirada da madeira, e um Engenheiro Naval responsável pela construção.
– Depois apareceu o Sindicato exigindo que eu contratasse seus marceneiros com garantia de emprego por um ano.
– Veio em seguida a Receita Federal , falando em ” sinais exteriores de riqueza ” e também me multou. Finalmente, quando a Secretaria de Municipal do Meio Ambiente pediu o ” Relatório de Impacto Ambiental” sobre a zona a ser inundada, mostrei o mapa do Pará.
– Aí, quiseram me internar num Hospital Psiquiátrico!
– Sorte que o INSS em Santarém funciona precariamente e estava de greve…
Noé terminou o relato chorando, mas notou que o céu clareava perguntou:
– Senhor, então não irás mais destruir o Pará?
– Não! – respondeu a Voz entre as nuvens
– Pelo que ouvi de ti, Noé, cheguei tarde! A governadora do Pará já se encarregou de fazer isso
1 comentário em “Noé e o Estado do Pará”
De muitas lidas, tenho que dar a mão à palmatória essa foi bem elaborada. Parabéns Zé Dudú!