O empobrecimento social do Pará ressuscitou, entre 2012 e 2018, um fenômeno que, entre 2000 e 2010, vinha desaparecendo: o aumento do número de casas de taipa sem revestimento. Hoje, 1.222.503 paraenses vivem em domicílios assim, de acordo com dados divulgados ontem (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por intermédio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) que investiga exclusivamente características gerais dos domicílios e dos moradores.
Embora seja o 9º mais populoso do país, o Pará é o 4º estado brasileiro com a maior concentração de pessoas morando mal. Só São Paulo (2,47 milhões), Minas Gerais (1,62 milhão) e Maranhão (1,49 milhão) possuem números absolutos mais volumosos. O Blog do Zé Dudu acessou, com exclusividade, a estratificação dos números do IBGE e verificou, também, que 1.846.970 paraenses moravam em casas de madeira até o ano passado, número que já foi maior. Em 2016, mais de 2 milhões de habitantes viviam em casas de madeira. Ainda assim, o Pará segue como o estado com o maior número de casas de madeira do país — 13 vezes e meia mais que São Paulo.
Além disso, o Pará é o 3º do Brasil em número de moradores habitando cortiços. São 20.920 cidadãos que vivem nesse tipo de ocupação, o equivalente a uma população inteira da cidade de Eldorado do Carajás. Só em São Paulo e no Rio de Janeiro (ambos com 23 mil em cortiços) o número é superior.
Mais de 800 mil pagam aluguel
A população que vive em casas alugadas atualmente no Pará daria para lotar, de uma vez só, duas cidades do tamanho de Marabá e duas do tamanho de Parauapebas. No final de 2018, eram exatos 833.431 paraenses nessa condição. Outros 749.100 paraenses moram de favor em casas cedidas. Já os que moram em casa própria somam quase 7 milhões de habitantes, sendo 6.628.561 ocupando imóveis já quitados e outros 253.382 em imóveis que ainda estão pagando.