Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados anteontem (23) pelo Ministério do Trabalho (MTb) e referentes ao ano de 2018, ainda repercutem em todo o país, que criou 530 mil empregos com carteira assinada. O Blog do Zé Dudu largou na frente na difusão do balanço paraense e, agora, vai detalhar, de forma inédita, as ocupações que mais prosperaram no Pará, onde foram abertas 15 mil vagas no ano passado.
Para detalhar os cargos que mais criaram oportunidades, o Blog considerou os 15 cujo saldo líquido (diferença entre contratações e demissões) foi mais positivo. Isso porque, embora algumas ocupações tenham contratado muito em 2018, também demitiram muito e, não raramente, acabaram com saldo líquido negativo.
Com relação ao levantamento acerca dos salários, os valores informados pelo MTb e compilados pelo Blog referem-se a valores médios. Não quer dizer que, necessariamente, todos os contratados para uma determinada função tenham assinado a carteira com o montante descrito. Nas diferentes regiões do Pará, há profissionais que chegam a ganhar duas ou três vezes mais que um trabalhador no mesmo cargo. E, por isso, o Caged discrimina apenas as médias.
Vale ressaltar ainda que o Cadastro não é disponibilizado em nível de informações individuais e nominais de empresas contratantes e de trabalhador. E não entram no cômputo, entre outros, servidores públicos com vínculo direto ou indireto com as esferas federal, estadual ou municipal, estagiários, dirigentes sindicais e cooperados.
Cargos que criaram até 2.000 vagas
Apenas 15 cargos foram responsáveis por quase 70% do saldo positivo de empregos no Pará. O Blog do Zé Dudu levantou que a ocupação de faxineiro, com registro em carteira, foi a que mais obteve êxito no estado, com mais de 2.000 vagas preenchidas e salário médio de R$ 999 na carteira. Saindo do sufoco de uma recessão econômica, as famílias paraenses voltaram a contratar trabalhadores fixos para a execução de serviços domésticos.
Em segundo lugar, está um cargo puxado pela retomada da construção civil. A ocupação de servente de obras deu emprego a quase 1.800 trabalhadores, pagando R$ 1.048. Juntamente com a função de faxineiro, o servente foi uma das duas únicas ocupações capazes de romper a barreira de mais de mil empregos criados no Pará ao longo de 2018.
Os cargos de assistente administrativo (697 empregos criados), porteiro (685) e técnico de enfermagem (662) vêm na sequência. O primeiro é bastante demandado a cada empresa nova que se instala no Pará. O segundo — que até pode levar outros nomes, como vigia, mas sempre com o registro de porteiro em carteira — tem crescido bastante. E o terceiro cargo é sempre necessário, particularmente num estado onde os serviços de saúde são considerados precários.
Sexto cargo com o melhor saldo positivo do Pará, a ocupação de controlador de acesso tem a ver com Parauapebas. Com saldo de 593 novos admitidos para a função, o cargo inaugura uma modalidade no município com atribuições antes pertencentes ao vigia. Este profissional, por conta da terceirização de serviços de vigilância implementada pela prefeitura local, viu o cargo temporário ser extinto e assistiu ao nascimento de uma novíssima ocupação para a guarda e recepção aos prédios públicos.
Funções com salário de até R$ 49 mil
Quem não gostaria de ganhar, por mês, um salário de R$ 49.000 na carteira? Pois no Pará tem o chamado “emprego dos sonhos”. Um profissional foi contratado para gerenciar uma indústria de extração de minérios a peso de ouro no estado, ao longo do ano passado, com contracheque nesse valor. O problema é que, ao mesmo tempo, dois profissionais no mesmo cargo foram demitidos. Nessa matemática, o estado mais perdeu que, de fato, ganhou.
O segundo maior salário médio do estado caiu na conta de dois diretores de manutenção de empresas: R$ 28.283 cada. Também, nessa ocupação, embora duas pessoas tenham se dado bem, meia dúzia foi limada da função.
Sem espanto, os cinco cargos que remuneram melhor no Pará são todos de liderança. Além das ocupações de gerente de mineração e do diretor de manutenção, citadas anteriormente, os três próximos melhores salários do ranking ficam com diretor de serviços de telecomunicações (dois novos profissionais com salário médio de R$ 17.500), diretor de serviços de saúde (seis profissionais com R$ 17.130, cada) e gerente de pesquisa e desenvolvimento na indústria (oito profissionais com salário de R$ 17.046).
Fora as funções gerenciais, os cargos de engenheiro lideram os maiores ganhos. Engenheiros civis, do ramo geotécnico (R$ 15.500); engenheiros de minas, da área de planejamento (R$ 12.624); engenheiros químicos (R$ 11,333); engenheiros de minas, da área de processo (R$ 10.550); e engenheiros metalurgistas (R$ 10.000) estão entre os 15 profissionais mais bem-sucedidos, financeiramente, no estado.
Onde encontrar bons salários no Pará?
O Blog também vasculhou as microrregiões paraenses para saber onde estão as oportunidades mais saborosas e de melhores ganhos. E levantou as três mais promissoras, do ponto de vista do peso de uma assinatura na carteira: Óbidos, Belém e Parauapebas.
A microrregião de Óbidos larga na frente no tocante aos melhores salários, embora não seja necessariamente o lugar onde qualquer emprego será encontrado com facilidade. Do município de Oriximiná partiu a melhor média salarial do estado, de R$ 49 mil. Lá, um gerente comanda de uma sala fria uma mineradora, botando a cara no sol apenas quando necessário.
Lá, também, o diretor de uma empresa assinou contrato de R$ 43 mil, enquanto um engenheiro de segurança do trabalho foi contemplado com R$ 25 mil no contracheque — é o engenheiro mais bem pago do ano no Pará. Um gerente de produção, com salário de R$ 24,6 mil, e um consultor jurídico com vínculo celetista de R$ 21 mil, também triunfaram no acirrado mercado de trabalho paraense. Apesar dos melhores salários médios estarem em Oriximiná, contraditoriamente o município foi o segundo que mais demitiu no Pará ao longo de 2018, revela o Caged.
Embarcando de lá, pegando carona no caudaloso Rio Amazonas, o Blog chegou à Região Metropolitana de Belém e se deparou com três cargos que, ano passado, pagaram muito bem, obrigado. Na capital, de uma tacada só, foram contratados quatro gerentes de pesquisa e desenvolvimento com média de R$ 21,5 mil. Também foi contratado um gerente de produção aquícola por R$ 20,7 mil na carteira, assim como um diretor de suprimentos por exatos R$ 20,5 mil.
Deixando a Grande Belém e partindo rumo a Carajás, o Blog encerrou a procura por megassalários na microrregião de Parauapebas. A maior parte dos grandes salários dessa região está dividida entre Parauapebas e Canaã dos Carajás, este o qual se desponta como o grande reduto salarial para a próxima década. Em Canaã, é cada vez mais crescente o número de salários na iniciativa privada superiores a R$ 10 mil.
Mas foi em Parauapebas onde um diretor comercial foi contratado por R$ 20 mil, enquanto um gerente de recursos humanos assinou carteira por R$ 19 mil mensais. No município, também, quatro médicos clínicos foram contratos, em média, por R$ 18,2 mil, ao passo que um gerente de agência de banco foi lotado com R$ 12 mil. Em Parauapebas e em Canaã, ganham cada vez mais destaque os salários acima de R$ 8,5 mil pagos a engenheiros de diversos ramos e supervisores da área de mineração. A região é a que mais produz riquezas para a balança comercial do país.
3 comentários em “No Pará, um cargo contrata mais de 2.000 e outro paga R$ 49 mil na carteira; saiba quais”
Mim não saber
estou precisando de um emprego na area de tecnico de edificacoes, quem souber mim ajude!
O blog dos números …… mais uma excelente reportagem !!