Nota do MST sobre a ocupação da BR-155, no trecho entre Eldorado dos Carajás e Marabá

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O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST-PA) esclarece a população paraense sobre os motivos do bloqueio da BR 155 desde o dia primeiro de dezembro, que liga Marabá ao sudeste do Pará.

Somos atualmente dois mil e doze famílias acampadas entre as principais cidades do sul e sudeste paraense em terras que foram usurpadas por oligarquias familiares, banqueiros e latifundiários que nada produzem nessas áreas.

Por direito, essas terras são do povo paraense, e não de especuladores que lucram com algo, que deveria produzir alimento e sustentação da vida.

Duas das fazendas ocupadas pelo MST, Maria Bonita e Cedro, em Eldorado dos Carajás e Marabá foram griladas e hoje estão nas mãos do Grupo Santa Barbara. Esse é um dos motivos desse bloqueio da rodovia. Um estudo realizado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT- de Marabá) aponta que 72% das áreas em poder do grupo Santa Bárbara seriam compostas por terras públicas federais ou estaduais.

Embora, sejamos homens, mulheres e crianças que já estamos mais de oito anos em muitos desses acampamentos debaixo da lona preta vivendo dificuldade de uma vida precária, nós resistimos, pois uma vez conquistada essas terras e feita a Reforma Agrária, toda sociedade paraense e brasileira ganhará.

Estamos pagando com nosso esforço a recompensa de um alimento produzido em abundância e saudável para todos e todas desse estado e do país.

Ademais, nosso bloqueio na BR 155, não tem intenção de prejudicar nenhum grupo social. Estamos legitimamente protestando pela reforma agrária no Pará e pelas promessas não cumpridas por Carlos Guedes e Guedes, superintendente nacional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), que prometeu assentar as famílias até novembro desse ano e até agora nada fez.

Estamos abertos a qualquer explicação ou esclarecimentos para sociedade em geral e a imprensa sobre nossas demandas, que culminou com o bloqueio por tempo indeterminado na BR 155.

Coordenação Estadual do MST/PA

4 comentários em “Nota do MST sobre a ocupação da BR-155, no trecho entre Eldorado dos Carajás e Marabá

  1. Anonimo Responder

    Vcs levam uma vida miserável em baixo de lonas porque não tem coragem de trabalhar bando de desocupados! Vivem na miséria por opção! Porque depois de tudo quando conseguem um pedaço de terra a maioria vende e torra tudo em cachaça! E não é só Terra grilada que vcs invadem não, invadem terra de homens de bem, trabalhadores que ajudaram a região a crescer e deu emprego a muita gente que se interessa em trabalhar em vez de ficar aterrorizando a vida das pessoas. Vão procurar trabalhar, estudar e crescer com seus próprios esforços e parem de querer tirar vantagem em cima do trabalho de cidadãos de bem que levaram a vida toda pra conquistar o que tem!

  2. Anônimo Responder

    Lamentável.
    Um grupo paramilitar, vedado pela Constituição Federal, tomando a força a decisão das vias nacionais, usurpando o direito de ir e vir de pessoas, de enfermos.
    Ridícula essa atitude deplorável, sequer deveria se dar respeito à tal nota.
    Caso fossem legítimas as pretensões desses grupos que fossem protestar aos pés do Alvorada e de lá cobrassem as soluções que esperam, à força.
    Retornem aos seus covis e não prejudiquem outros pais de família que trabalham, seja como operários, comerciários ou liberais, que nada – ou muito pouco – tem à ver com vossos problemas.

  3. Mauricio Responder

    O direito de ir e vir por acaso não é legitimo? O fato do Grupo citado acima ter supostamente “grilado” terras da união lhes dão o direito de impedir que outros civis possam realizar seus afazeres?Vão protestar em Brasilia lá no congresso Federal , Vão reivindicar seus direitos na sede do Incra,na sede do PT. Busquem outras alternativas que possam fortalecer o movimento de vocês, da forma que estão Fazendo só vão ficar cada vez mais desacreditados pela sociedade que só os vêem como desocupados, bandidos entres outros adjetivos que não vale citar aqui.Se não tivessem interesse de prejudicar qualquer grupo social estariam ao menos liberando a passagem dos veículos ai parados a três dias em horários programados.

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