Nova ponte rodoferroviária já tem 31% das obras executadas em Marabá

Executivos da Vale apresentam cronograma à Comissão de Desenvolvimento de Marabá, que briga por proposta de acessos rodoviários para entrada e saída da nova ponte

Continua depois da publicidade

Na tarde da última quinta-feira (7), a Comissão Especial de Desenvolvimento Socioeconômico de Marabá recebeu representantes da mineradora Vale para discutir sobre o andamento das obras do projeto Tecnored e da construção da nova ponte sobre o Rio Tocantins, que estão em andamento no município.

Em relação ao Tecnored, o cronograma, compras no território local e uso de mão de obra de Marabá não causaram polêmica. No entanto, os membros ouviram as explicações dos técnicos da Vale, mas ao final bateram o pé e não querem aceitar as propostas da companhia para os dois acessos à ponte, que só deve ficar pronta em 2027.

Representando a mineradora, participaram Luiz Veloso, gerente de relacionamento institucional no Pará; Luís Veloso, gerente de Relações Institucionais no Pará; Eloiso de Barros Araújo, diretor de Territórios Norte; Saulo Lobo, coordenador de relacionamento institucional em Marabá; Vitor Rodrigues, coordenador administrativo financeiro; Alisson Bertuol, gestor de contratos; Ezequiel Silva, Edivaldo Braga, gerente de territórios; Joana D’arc Carozo, relacionamento com comunidades; Uziel Junior, gerente de planejamento; e Gabriel Afonso, compliance do Tecnored.

Os representantes da comissão foram o presidente Miguel Gomes Filho, o Miguelito (PDT); vereadores Alecio Stringari (PDT), Márcio do São Félix (PSDB), Vanda Américo (Cidadania), Pedro Corrêa (DEM), Cabo Rodrigo (Republicanos), o secretário de Obras, Fábio Moreira, o secretário de Indústria, Comércio, Mineração e Turismo, Caetano Reis, e o vice-prefeito Luciano Dias.

Os representantes da Vale informaram que 31% das obras da ponte já foram executadas, e que tanto a mineradora quanto o Consórcio Ponte Rio Tocantins, que realiza os trabalhos, estão sensibilizados para manter o máximo possível de trabalhadores locais, assim como aumentar o número de fornecedores do comércio de Marabá. 

Segundo a empresa, atualmente há 335 fornecedores homologados no site do consórcio, além de já terem sido adquiridos mais de R$ 124 milhões de serviços e materiais apenas em Marabá. Destes, R$ 117 milhões são de empresas genuinamente locais. 

Por outro lado, a massa salarial dos anos de 2023/2024 é de R$ 35.406.393,00.

No momento, estão focando nas obras civis do projeto em decorrência das chuvas, com a diminuição das de terraplanagem. Também foram iniciadas as atividades embarcadas, colocando estacas no leito do rio e o pátio de pré-moldados está produzindo em ritmo acelerado.

Sobre o Tecnored, Ezequiel Silva, da coordenação da implantação do projeto, repassou informações técnicas, lembrando que veio para Marabá em 2019, com proposta de produzir gusa sem grandes impactos ambientais. Para isso, a empresa firmou parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), disponibilizando 455 vagas em vários cursos, como metalurgia, mecânica e química, sendo que 50% delas voltadas para o público feminino.

Ao longo da obra já foram contratados 301 colaboradores locais, além da Vale ter colocado em prática várias compensações socioambientais, como o apoio à comunidade da Vila Café, reforma e construção de escolas.

Após a exposição dos dois projetos, os vereadores e demais membros da Comissão de Desenvolvimento apresentaram seus questionamentos aos executivos da Vale.

Márcio do São Félix questionou sobre os acessos da ponte do São Félix, alertando que, embora a mobilidade vá melhorar em relação à travessia do rio pelas novas pontes que estão em construção, os gargalos vão permanecer os mesmos na entrada e saída delas. “Ainda dá tempo para se discutir a remodelagem do projeto para que veículos saiam da nova ponte sem congestionar o fluxo da rodovia. Do lado do São Félix, a quantidade de vias é reduzida e é preciso um projeto que descongestione o trânsito,” ressaltou.

O mesmo argumento foi apresentado pelo secretário municipal de Obras, Fábio Moreira, alertando que dos dois lados – Nova Marabá e São Félix – haverá dificuldades com o trânsito a partir das novas pontes. Ele apresentou como uma das propostas a melhoria de pistas já existentes, em ambos os núcleos. “O trânsito não anda no São Félix. A nova ponte não vai resolver o problema rodoviário. Não podemos esperar pela solução apontado pelo Dnit [Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes], que vai demorar muito para ser colocada em prática,” disse o secretário.

O vice-prefeito Luciano Dias ponderou que, quanto à mobilidade urbana em relação à ponte, é preciso pensar em uma mobilidade mais ampla na cidade, com alternativas dentro da malha viária interna. Ele lamenta que o projeto atual da Vale não ofereça alternativa alguma para escoação do fluxo de veículos antes de entrarem e saírem da ponte.

“É preciso dar fluidez ao trânsito, porque esse projeto tira a possibilidade de ligar as vias. É preciso definir quais são as alternativas e quem vai executá-las. É verdade que esse projeto foi discutido e aprovado no Plano Diretor Municipal, mas mesmo assim uma mudança é possível, porque há zero alternativas. Por enquanto, precisamos definir o que fazer, e não quem executará essa obra, que ficará para um segundo momento,” assinalou.

A vereadora licenciada e atual presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá, Vanda Américo, reclamou da mudança constante de executivos da Vale, e sentiu falta de Luiz Ricardo Santiago, que saiu da empresa. “Houve quebra de relacionamento entre a Comissão de Desenvolvimento e a Vale, por meio do Santiago, executivo da empresa a nível nacional que mantinha um bom diálogo conosco. Para mim, houve retrocesso nas discussões. Precisamos marcar audiência com Dnit, Prefeitura e governo do estado para discutir a mobilidade na BR-155,” sugeriu Vanda.

Ela também cobrou da mineradora a mitigação dos impactos causados no núcleo São Félix, com necessidade de pavimentação em duas vias no chamado Novo São Félix. Os executivos se comprometeram a analisar a sugestão.

Eloiso Araújo, diretor de Territórios Norte, reconheceu a importância do diálogo entre a Vale e a Comissão de Desenvolvimento e garantiu que os temas serão encaminhados dentro da empresa. Em relação aos estudos de mobilidade, afirmou que os condicionantes foram cumpridos, e irão aguardar que a Comissão repasse mais informações sobre as necessidades relacionadas ao tópico. Por fim, anunciou a reabertura do escritório no Amazon Center para atender a comunidade, não apenas por meio de projetos, mas também institucionalmente.

1 comentário em “Nova ponte rodoferroviária já tem 31% das obras executadas em Marabá

  1. JOSE FERNANDES SARAIVA Responder

    Boa tarde percebo que os senhores vereadores como sempre estão a lutar com afinco na busca de garantias perante a VALE, ora vejam bem; estão lutando por mobilidade urbana, sou especialista pela Unifesspa em engenharia urbana, e servidor público, da prefeitura do município, infelizmente desde que o Sr. prefeito assumiu estou na geladeira, o secretário Fábio vive a me transferir e nessas idas e retornos a pedido do senhor secretario da SMSI Jair , desenvolvi estudo voltado a solucionar os gargalos do transporte público do município, quando estava a passar para fase de entrevistas ele solicitou meu retorno a sevop que novamente o secretário Fábio me transferiu para a “DC”, interessante apesar de ser concursado ter nível superior em engenharia civil e várias especializações, mestrado, etc.. Ele decidiu que não me quer na sevop, essa é a pura verdade.
    Se realmente estão pensando em mobilidade urbana, essa comissão de desenvolvimento deveria não ter permitido o gasto de 4,8 milhões no terminal de transbordo urbano em frente ao merc. Matheus ´é um absurdo utópico essa obra, não estou dizendo que Marabá não precise, estou afirmando que o local não resolverá o grande problema chamado Mobilidade Urbana, que diretamente faz parte integrada ao transporte público urbano.
    Estou a referir-me ao deslocamento citadino diário através de suas várias formas e contextos; ônibus, moto taxista, táxi Lotação, táxi convencional, não somente “melhoria de pistas”, mas apresentar estudo que garanta fluidez do tráfego em seu maior pico pelo próximo 25 anos. Marabá não é uma currute-la, muito menos um ponto ao longo do Araguaia. Nossa Marabá é o entroncamento do desenvolvimento de todo o sul paraense.
    Maior urgência em construir uma ponte no Itacaiunas e resolver o congestionamento no trevo da folha 34 ou o vulgo “km 06”, pessoas diariamente sofrem para entrar e sair da cidade por essas vias quer seja sentido cidade – jardim ou sentido ao parque industrial, afinal conhecimento temos o que realmente está faltando e simplesmente a oportunidade técnica para juntos fazermos uma cidade melhor.

Deixe seu comentário

Posts relacionados