A Adepará (Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará) tem novo gerente regional. Trata-se do zootecnista Geraldo Teotônio Pereira Jota, formado pela Faculdade de Agronomia e Zootecnia de Uberaba (MG). O nome dele foi indicado pelos pecuaristas da região e pela Faepa (Federação da Agricultura e Pecuária do Pará). Geraldo tem sob sua responsabilidade os municípios de Marabá, Parauapebas, Curionópolis, Eldorado do Carajás, Nova Ipixuna e Itupiranga.
Entrevistado pelo Blog do Zedudu, Geraldo Pereira Jota afirma que pretende conduzir o órgão com maior transparência de suas ações, em relação ao repasse do maior volume de informações ao produtor da região, com o objetivo de que este saiba que a Adepará não é só uma agência fiscalizadora, mas um órgão que atua na defesa dos produtos de origem animal e vegetal.
“Onde quer que o produtor comercialize sua produção, ele precisa do apoio da Adepará, para vender tanto ao mercado interno quanto para o exterior. É a Adepará que vai certificar essa produção e, assim, valorizar mais esse produto”, explica o gerente regional.
Dosagem da vacina contra a aftosa tem nova medida
Uma das primeiras grande tarefas de Geraldo Pereira Jota, à frente da Regional Marabá, será coordenar a aplicação da primeira dose anual da vacina contra a febre aftosa no rebanho bovino da região, no período que vai de 1º a 31 de maio próximo. Neste ano de 2019, entretanto, a imunização passa por uma importante mudança, que deve ser observada pelos criadores.
“É importantíssimo lembrar que há cerca de 20 anos o Ministério da Agricultura vem trabalhando para que o Brasil se torne zona livre de aftosa sem vacinação. Como se sabe, a aftosa tem três tipos de vírus: A, O e C. O tipo C já foi erradicado. Então, agora, em 2019, a dosagem da vacina caiu de 5ml para 2ml, tornando-se bivalente, para combater os tipos A e O”, detalha Geraldo Jota.
Ele alerta para o fato de que, após a vacinação de 2020 haverá uma quarentena. Depois disso, técnicos da Organização Mundial de Saúde Animal, sediada na França, e de outros países que importam carne do Brasil, virão ao País a fim de colher amostras de sangue de animais de rebanhos, de propriedades escolhidas aleatoriamente. Esse material será levado e analisado em laboratórios especializados ne detecção de epizootias.
Do resultado desses exames dependerá a declaração do Brasil com um País livre de aftosa sem vacinação, o que possibilitará a exportação do boi em pé – muito mais valorizado – à Europa, América do Norte, Ásia, países árabes, entre outros. “Mas, caso alguém venha a usar, nesta vacinação que se aproxima, a vacina de 5ml, quando essas amostras forem analisadas, evidentemente vão mostrar o vírus C. Então, o País recuará 20 anos atrás, pois todo o trabalho terá sido em vão”, adverte o gerente regional da Adepará, avisando: “Portanto, quem insistir em usar o imunizante de 5ml será multado”.
Higiene na hora de vacinar o gado é fundamental
Mas, a atenção do criador não deve estar apenas na nova dosagem da vacina. Geraldo Pereira Jota aconselha medidas de sanidade aos produtores rurais quando forem pegar a pistola da vacina. “Eles devem fazer a higienização, a esterilização das agulhas, observar a higiene pessoal dos funcionários, que devem estar de mãos lavadas”, orienta.
O gerente da Adepará chama atenção também para a não utilização da mesma agulha para vacinar todos os animais. “Quando usada em demasia para vacinar muitos animais, a agulha começa a apresentar fissuras e, logo, em vez de furar o couro do animal, ela passa a rasgar e isso cria um abcesso no animal”, ensina ele.
Por Eleutério Gomes – de Marabá