Novo Repartimento ultrapassa Marabá no top 5 de ranking bovino do país

Líder absoluto continua sendo São Félix do Xingu, no sul do Pará, com mais de 2,5 milhões de cabeças de gado

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Na série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marabá sempre esteve à frente do município de Novo Repartimento quando o assunto é rebanho bovino. Os dados divulgados nesta quinta-feira (21) pela entidade mostram que Marabá conta com rebanho de 1,3 milhão de cabeças de gado, figurando na quinta posição entre os maiores criadores do País. Já Novo Repartimento, distante 180 quilômetros, agora aparece na quarta posição do ranking, com 1,6 milhão de cabeças de gado.

Desde a década de 1990 os dois municípios caminhavam juntos no crescimento do rebanho, com Marabá ligeiramente à frente. Em 1998, por exemplo, segundo dados do IBGE, figurava com 192.000 cabeças e Novo Repartimento com 142.200.

Em 2008, esse número saltou para os dois municípios. Marabá, em quinto, possuía 478.100 e Novo Repartimento vinha atrás, em nono, com 381.628. Dez anos depois, em 2018, os números permaneciam parelhados: Marabá com 1.024.102 e Novo Repartimento com 899.103. Curiosamente, ambos possuem 15 mil quilômetros quadrados de território.

E O VELHO CAMPEÃO?

O município de São Félix do Xingu, que faz fronteira a oeste com Marabá, continua liderando o efetivo de rebanho bovino no país pelo 13º ano seguido em 2022. Com 84,2 mil quilômetros quadrados, a cidade é a sexta maior do país em extensão territorial e ocupa uma área que é o dobro de alguns países europeus, como a Holanda e a Suíça (cada um com 41 mil quilômetros quadrados).

Ao fim de 2022, já eram 2,52 milhões de cabeças de gado, o que representa um aumento de 2,2% frente a 2021, segundo os dados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) 2022, divulgada nesta quinta pelo IBGE. O ritmo de crescimento foi inferior ao do rebanho nacional, que avançou 4,3% em 2022, para 234,4 milhões de cabeças.

O efetivo de São Félix do Xingu corresponde a 10,2% do rebanho do Pará, 4,2% daquele da Região Norte e 1,1% do total brasileiro. O município é um dos 15 do Pará que responderam por 75% do desmatamento no estado no período de 2019 a 2022, segundo o governo estadual.

Corumbá (MS), por sua vez, segue como detentor do segundo maior rebanho do país, com 1,98 milhão de cabeças em 2022, 7,8% a mais que em 2021. Porto Velho (RO), por sua vez, ocupa o terceiro lugar no ranking, com 1,68 milhão de cabeças.

E NO BRASIL?

Com alta de 4,3%, o rebanho bovino do país bateu recorde da série histórica, iniciada em 1974, e chegou a 234,4 milhões de cabeças de gado. O município de São Félix teve o maior rebanho bovino do país (2,5 milhões de cabeças), segundo a PPM. A pecuária nacional segue em crescimento, no leite e no corte. 

Em 2022, o rebanho bovino cresceu pelo quarto ano consecutivo e alcançou novo recorde da série histórica. O crescimento de 4,3% fez o número de cabeças chegar a 234,4 milhões. Todos os efetivos animais apresentaram crescimento, à exceção de codornas (-8,2%).

Com a alta, o rebanho bovino do país bateu recorde do registro, iniciado em 1974, e chegou a 234,4 milhões de cabeças de gado, mostrando mais uma vez que o país possui mais bovinos do que gente.

O PARÁ É O SEGUNDO

No setor de pecuária de corte, o crescimento é reflexo do interesse contínuo dos produtores em atender à demanda por carne bovina no mercado interno e externo. O rebanho bovino cresceu em todas as Grandes Regiões em 2022. Mato Grosso lidera com 34,2 milhões de cabeças, ou 14,6% do efetivo nacional. Em seguida veio o Pará (10,6%), ultrapassando Goiás (10,4%). Outro estado que se destaca é Mato Grosso do Sul, que possui município entre os cinco maiores rebanhos do país.

Percebe-se que, apesar de Mato Grosso continuar a liderar o ranking de estado com o maior rebanho bovino do país, é no Pará que existem municípios com maiores concentrações dos maiores rebanhos, com cidades ocupando três das cinco posições do ranking municipal.

MAIOR DO MUNDO

O Brasil está na frente da produção de bovinos e com o maior rebanho no mundo. O dado de 224,6 milhões de bovinos, contabilizado pelo IBGE e divulgado em setembro de 2022, foi reconhecido como o maior do planeta.

A informação já está nas estatísticas de estoque de bovinos reunidas pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO, na sigla em inglês). A FAO é uma das agências das Nações Unidas que lidera esforços para a erradicação da fome e combate à pobreza globalmente. Os dados se referem a 2021.