Nem bem assumiu como secretário de Saúde em Parauapebas, e o alagoano Gilberto Regueira Alves Laranjeiras (conhecido como “Betinho Laranjeiras”) tem um desafio fiscal: se virar nos 30 para fechar as contas da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) com “apenas” pouco mais de R$ 115 milhões daqui para frente. Betinho Laranjeiras acaba de tomar posse em substituição a José das Dores Couto (“Coutinho”), que reassume sua vaga na Câmara de Parauapebas.
O Blog do Zé Dudu consultou o pagamento de despesas e percebeu que até o último dia de abril — portanto, um quadrimestre fechado — a Saúde gastou, preliminarmente, R$ 80.056.109,67, o que equivale a R$ 667.134 por dia. Isso sem ajuste contábil e sem contar as despesas em maio, o que pode elevar os valores para despesas totais de até R$ 90 milhões. Nesse pique de gastos, vão faltar R$ 43 milhões para que Gilberto feche as contas da Semsa, tendo em vista que o atual orçamento da Saúde é de R$ 200.486.000,00 — e gastando R$ 667 mil por dia as despesas totais fecham o ano em R$ 243,5 milhões.
No dia 27 de outubro a fonte da Semsa seca e aí será preciso suplementar a orçamento da pasta para garantir que serviços públicos não parem de funcionar e que os salários de servidores sejam pagos sem atropelo. Se o maior desafio de Coutinho foi fazer mais com menos e, por isso, se tornou alvo de críticas, o de Betinho Laranjeiras não é diferente disso em absolutamente. E haja dinheiro.
Saúde não entregou dados do 1º bimestre
Uma das missões mais urgentes do novo secretário é enviar com pontualidade a prestação de contas da Saúde ao Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (Siops), instrumento que permite o acompanhamento do cumprimento do dispositivo constitucional que determina, em orçamento, a aplicação mínima de recursos em ações e serviços públicos de saúde (ASPS). Não faz muito tempo, e o Blog divulgou aqui que Parauapebas perdeu recursos de saúde por não prestar contas devidamente.
E parece que nada mudou. O Blog consultou nesta manhã de posse do novo secretário que a Semsa não enviou ao Siops as informações referentes à execução orçamentária do 1º bimestre. E, atualmente, já precisa entregar também a do 2º bimestre. Tudo isso deixa Parauapebas vulnerável a continuar perdendo recursos de saúde, cujo orçamento já não dá para fechar o ano.